Dirigente da administração Trump terá atuado como agente dos Emirados
O presidente do comité de posse durante a governação do antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Tom Barrack, é acusado de atuar como agente dos Emirados Árabes Unidos e de mentir a investigadores, foi anunciado na terça-feira.
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Mundo EUA
Tom Barrack foi detido na terça-feira, acusado de conspiração para influenciar as posições de política externa de Donald Trump para beneficiar os Emirados Árabes Unidos.
Natural de Santa Monica, Estado da Califórnia, Barrack, de 74 anos, é dos três acusados pelo tribunal federal de Brooklyn, em Nova Iorque, de conspirar e atuar como um agente estrangeiro, procurando influenciar a política externa durante a campanha de Trump para as presidenciais de 2016 e durante a governação deste.
Barrack está acusado de conspiração, obstrução à justiça e de prestar declarações falsas durante uma investigação em junho de 2019 perante polícias federais, notícia a agência AP.
Estão também acusados pelo tribunal federal de Brooklyn Matthew Grimes, de 27 anos, de Aspen, Colorado, e Rashid Sultan Rashid Al Malik Alshahhi, de 43 anos, dos Emirados Árabes Unidos.
"Os detidos capitalizaram repetidamente a amizade com Barrack e o acesso a um candidato que acabou por ser eleito presidente, através de uma campanha junto de funcionários do Governo e dos meios de comunicação norte-americanos para promover os objetivos políticos de um Governo estrangeiro", destacou, em comunicado, o procurador-geral adjunto interino Mark Lesko.
Segundo a acusação, Barrack não só concordou em promover os interesses da política externa dos Emirados Árabes Unidos através da sua influência, mas também forneceu aos funcionários do Governo daquele país informações confidenciais sobre a administração de Donald Trump, incluindo a posição das autoridades norte-americanas sobre o bloqueio ao Catar conduzido pelos Emirados Árabes Unidos e outros países do Médio Oriente.
Segundo um porta-voz, Tom Barrack vai declarar-se inocente e colocou-se voluntariamente à disposição dos investigadores desde o início.
Segundo o procurador-geral adjunto, a conduta de Barrack é "nada menos que uma traição às autoridades dos Estados Unidos, incluindo o ex-presidente".
Apontando que a Forbes estima que o seu património líquido é de um bilião de dólares [mil milhões de euros] e o seu acesso a avião privado, a acusação consideram Barrack "um homem extremamente rico e poderoso, com laços substanciais com o Líbano, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita", representando um sério risco de fuga.
Tom Barrack é o último de uma longa linha de associados de Donald Trump a enfrentar acusações criminais, tal como o ex-presidente e ex-vice-presidente de campanha, o ex-estratega, o ex-diretor pela segurança nacional, o ex-advogado e o ex-diretor financeiro da sua empresa.
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