"Vemos neste gesto um reconhecimento do papel e do trabalho desenvolvido pelas diferentes organizações da sociedade civil moçambicana e portuguesa, entre outras, no apoio aos deslocados e no esforço de manter na agenda política e mediática o drama humanitário que se vive naquela província de Moçambique", refere a plataforma, que reúne mais de 30 organizações da sociedade civil, num comunicado enviado à Lusa.
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou no dia 17 que iria doar o "Prémio José Aparecido de Oliveira" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) à Caritas de Moçambique para apoiar organizações não-governamentais que operam em Cabo Delgado.
A decisão do chefe de Estado sobre o prémio, no valor de 30 mil euros, que lhe foi atribuído em março, foi comunicada na sessão de encerramento da XIII cimeira da CPLP, que se realizou em Luanda.
"Tenciono doar o valor deste prémio à Caritas de Moçambique para que seja distribuído pelas organizações não-governamentais que em Cabo Delgado tanto fazem, e em condições tão difíceis, pela verdadeira e duradoura paz social com ilimitada devolução humanitária", disse, antes de salientar os princípios da justiça, da democracia e da liberdade.
"Para estes e para todos os que em todas as nossas pátrias soberanas constroem a liberdade, a fraternidade e justiça todos os dias vai o meu primeiro e último pensamento", declarou o Presidente da República.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico. Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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