A vice-porta-voz da chanceler, Ulrike Demmer, disse que os dois dirigentes falaram de "questões energéticas, como a passagem de gás através da Ucrânia e o gasoduto Nord Stream 2", sem fornecer mais pormenores sobre o assunto, num comunicado.
A infraestrutura para o fornecimento de gás está atualmente na fase final de construção e poderá permitir a Moscovo desativar a rota de trânsito do seu gás através da Ucrânia.
Merkel e Putin falaram também da aplicação dos Acordos de Minsk para alcançar uma solução pacífica para o conflito no leste da Ucrânia, segundo a vice-porta-voz da chanceler.
O gasoduto Nord Stream 2 está a ser construído pela companhia estatal russa Gazprom, mas tem como investidores financeiros a francesa Engie, a austríaca OMV, a britânica Shell e as alemãs Uniper e Wintershall DEA.
Os Estados Unidos chegaram a um acordo com a Alemanha que permite a conclusão do gasoduto, uma questão que até agora opunha os Governos dos dois países, e cujos pormenores foram hoje anunciados.
Em virtude deste acordo, a Administração do Presidente Joe Biden deixará de opor-se ao gasoduto e, em contrapartida, a Alemanha compromete-se a ajudar a Ucrânia em projetos e diplomacia relacionados com a energia.
Para impedir que a Rússia "use a energia como uma arma" contra países vizinhos como a Ucrânia e a Polónia - como Biden afirmou temer na semana passada, durante a visita oficial de Merkel a Washington -, o acordo prevê possíveis sanções a Moscovo caso isso se verifique.
O documento estabelece igualmente que Estados Unidos e Alemanha preparem a prorrogação por dez anos do acordo entre a Rússia e a Ucrânia que garante o trânsito do gás russo por território ucraniano, que termina em 2024, indicou hoje a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos norte-americana, Victoria Nuland, número três da diplomacia norte-americana.
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