Cerca de 3.000 membros das forças de segurança foram, hoje de manhã, posicionados ao redor da capital francesa para enfrentar o terceiro fim de semana de protestos contra o passe sanitário, sobretudo ao longo dos Campos Elísios, para proteger a avenida de uma invasão de manifestantes esporadicamente violentos.
As manifestações contra o documento - que a partir de dia 9 de agosto passa a ser necessário mostrar para frequentar a maioria dos locais públicos em França -, estão a ser realizadas em várias cidades do país, sendo que, só em Paris, decorrem quatro protestos separados.
Com o aumento das infeções por covid-19 e das hospitalizações, o parlamento francês aprovou, no domingo passado, a obrigação de possuir um passe para entrar em quase todos os lugares a partir do próximo mês, sendo que, embora as sondagens mostrem que a maioria dos franceses apoia a decisão, a oposição adotada por alguns franceses tem sido aguerrida.
O passe sanitário é um documento que mostra que a pessoa em causa foi vacinada e está imunizada contra a covid-19 ou detém um teste rápido negativo ou prova de recuperação recente da infeção.
A tensão aumentou em frente à famosa casa de diversão noturna Moulin Rouge, no norte de Paris, naquela que pareceu ser a maior manifestação, com filas de polícias a enfrentarem os manifestantes e com confrontos esporádicos.
Enquanto os manifestantes se dirigiam para leste, a polícia disparou gás lacrimogéneo contra a multidão, criando alguma confusão e provocando alguns feridos.
Menos carregada de tensão, uma outra manifestação decorreu noutra zona de Paris, tendo sido dirigida pela líder da extrema-direita, Marine Le Pen, que juntou centenas de pessoas em direção ao Ministério da Saúde.
Entre os que não estiveram hoje presentes nas manifestações destacou-se François Asselineau, líder do partido anti-União Europeia União Popular Republicana e fervoroso militante contra o passe sanitário, mas que, esta semana, adoeceu com covid-19.
As autoridades francesas decidiram criar o passe sanitário na sequência do aumento do número de infetados, devido à variante Delta da doença, considerada mais contagiosa e virulenta.
Na sexta-feira à noite, foram anunciados 24.000 novos casos registados em 24 horas, o que significa um salto significativo em relação aos poucos milhares de infeções diárias que se contabilizavam no início do mês.
Mais de 111.800 pessoas morreram de covid-19 em França desde o início da pandemia.
Em todo o mundo, o número de mortos ascende a pelo menos 4.202.179 mortos em todo o mundo, entre mais de 196,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse, divulgado na sexta-feira.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
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