"Falei com Mevlut Cavusoglu sobre os esforços para fazer frente aos incêndios florestais ao pé da Anatolia. A situação mostra a exposição aos riscos das mudanças climáticas", escreveu o responsável na rede social Twitter, manifestando "total solidariedade com a Turquia e disponibilidade para dar apoio".
Na sexta-feira, o comissário europeu de gestão de crises, Janez Lenarcic, escreveu na mesma rede social que a União Europeia seguia "com grande preocupação" a evolução dos incêndios na Turquia, e mostrou disponibilidade da UE para ajudar no sinistro que já provocou seis mortos, depois de as autoridades terem confirmado a morte de dois bombeiros.
Vários incêndios estão ativos em toda a Turquia desde quarta-feira e ameaçam agora vilas e destinos turísticos, obrigando à retirada de residentes e turistas.
As altas temperaturas no Mediterrâneo, que se aproximam dos 40 graus no sul da Turquia, e que continuarão a subir nos próximos dias, facilitam a expansão dos incêndios.
A oposição já criticou o Governo turco pela falta de medidas preventivas e escassez de aviões cisterna, suprida, em parte por aviões da Rússia e da Ucrânia, que estão a prestar auxílio na extinção dos fogos.
O ministro turco da Agricultura e Florestas, Bekir Pakdemirli, disse hoje que 88 dos 98 incêndios que eclodiram nos últimos dias -- acicatados por um calor escaldante e ventos fortes -- já foram controlados, mas vários bairros afetados em cinco províncias foram declarados zonas de desastre pelas autoridades de emergência da Turquia.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, visitou hoje algumas áreas incendiadas, inspecionando os danos a partir de um helicóptero.
Erdogan adiantou ainda que o número de aviões que estão a lutar contra os incêndios aumentou de seis para 13, graças sobretudo à ajuda de aviões da Ucrânia, Rússia, Azerbaijão e Irão, além dos milhares de turcos, dezenas de helicópteros e de drones que estão a ajudar o combate aos fogos.
Pelo menos cinco pessoas morreram nos incêndios em Manavgat e uma morreu em Marmaris. Ambas as cidades estão localizadas no Mediterrâneo e são destinos turísticos.
A região mais afetada é a província costeira de Antalya, um destino popular para turistas europeus e russos, onde três pessoas morreram na quinta-feira.
Os incêndios florestais são comuns nas regiões mediterrâneas e do mar Egeu da Turquia durante os meses de verão, mas, este ano, uma onda de calor no sul da Europa, alimentada pelo ar quente da África, causou fogos em toda a região.
A Turquia atribuiu alguns dos incêndios florestais a mão criminosa e militantes curdos ilegais, estando já a decorrer investigações, afirmou hoje Erdogan.
O turismo é uma importante fonte de receita para a Turquia, e os proprietários de negócios esperavam que este verão fosse muito mais lucrativo do que no ano passado, quando as restrições de viagens devido à pandemia de covid-19 provocaram grandes quedas nas receitas.
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