Um total de 588 deputados -- do partido presidencial e das antigas fações rebeldes que assinaram o acordo -- participaram numa cerimónia na capital, Juba, noticia a agência France-Presse (AFP).
A tomada de posse da nova legislatura ocorreu quase um ano depois e de forma incompleta, tendo 62 deputados não estado presentes, alguns dos quais por desacordos com o Governo.
"Só através de um propósito comum e do amor pelos outros é que podemos avançar o nosso país e asseguramos o futuro para a geração mais jovem", disse o deputado Daniel Awet, do Movimento de Libertação do Povo Sudanês (SPLM), o partido no poder.
O Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, não participou na cerimónia.
Em setembro de 2018, o Governo do Presidente, Salva Kiir, e a oposição armada, liderada por Riek Machar, assinaram um acordo de paz na capital etíope, sob o qual foi formado, em fevereiro de 2020, um Governo de transição no qual ambos os lados estão representados.
O Sudão do Sul, com maioria de população cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011. No entanto, a partir do final de 2013, o país entrou num conflito civil, provocado pela rivalidade entre o Presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar, e que resultou na morte de mais de 380 mil pessoas.
As partes formaram um Governo de unidade nacional em 2016, que caiu poucos meses após a formação devido a um reinício da violência, tendo essa sido a primeira tentativa de pacificação do jovem país africano.
Na semana passada, o movimento da sociedade civil Coligação Popular para a Ação Civil (PCCA) lançou uma campanha para a mudança, depois de uma década marcada pela guerra, corrupção e pobreza, numa iniciativa inédita no país.
Durante o dia de hoje, pelo menos duas figuras desta coligação -- o antigo governador Kuel Aguer Kuel e o analista Augustino Ting Mayai -- foram presas em Juba, segundo Rajab Mohandis, outro popular membro do movimento.
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