Forças Armadas da Guiné não admitem "comportamentos indevidos"
O Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau afirmou hoje que não admite que nenhum militar em missão no exterior ou a estudar se comporte de "forma indevida" e ponha em causa o prestígio das forças armadas.
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Mundo Guiné-Bissau
"Os militares, quer aqueles que se encontram no país ou no exterior por razões ligados aos estudos ou a cumprir uma missão no quadro do compromisso do Estado da Guiné-Bissau, estão regidos pelo regulamento de disciplina militar", disse o chefe da divisão central da inteligência militar, brigadeiro-general Samuel Fernandes.
Samuel Fernandes falava em conferência de imprensa para esclarecer a situação de estudantes militares guineenses que estão na Rússia para uma formação superior de seis anos.
Segundo notícias na imprensa guineense, o grupo de cerca de 50 militares que frequentam curso de formação na Rússia estariam a passar grandes dificuldades e alguns a dormir na rua.
O chefe da divisão central da inteligência militar advertiu que o Estado-Maior jamais admitirá comportamentos indevidos que põem em causa as forças armadas guineenses, tendo acrescentado que o Estado-Maior já deu instruções claras aos serviços competentes para descobrir as pessoas que estão na origem da desinformação.
"Se for um militar será de facto punido consoante a disciplina militar. Aliás, já aconteceu, não será a primeira vez, o ano passado tivemos um estudante em Marrocos a quem foi suspensa a bolsa e voltou para o país", explicou.
A Guiné-Bissau conta neste momento com 45 militares na Rússia, mais de 100 militares no reino de Marrocos e dezenas no Senegal e na China a frequentar cursos de formação em diferentes áreas.
Questionado se a punição com a perda de bolsas não é uma medida severa para um país que carece de quadros, Samuel Fernandes disse que "mais vale ter um militar disciplinado do que um batalhão de indisciplinados, porque não terão capacidade de cumprir nenhuma missão".
Sobre a situação dos estudantes na Rússia, o brigadeiro-general disse que as informações recebidas da representação diplomata guineense na Rússia e dos próprios estudantes indicam que estão todos bem.
"Se eventualmente existir qualquer situação, a primeira pessoa a comunicar deverá ser a nossa representação em Moscovo e também através do serviço da cooperação inserido na divisão do pessoal e de quadros", notou.
Samuel Fernandes disse que um estudante foi operado ao apêndice, mas garante que já está recuperado e que se encontra de férias juntamente com um amigo de Moçambique na Rússia.
"Este estudante solicitou à escola voluntariamente férias. Se pedires licença para ir passar férias fora do estabelecimento de ensino significa que tens capacidade para custear as tuas despesas da habitação, alimentação e todas as outras", referiu.
O brigadeiro-general frisou que falaram com o estudante em causa que negou estar a passar dificuldades.
A Guiné-Bissau assinou com o Governo russo dois acordos, designadamente no domínio técnico militar e de defesa.
Os 45 estudantes na Rússia saíram do país em novembro de 2018.
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