"Condenamos esta decisão. Há a possibilidade de apresentar recurso, o que vai ser discutido com os advogados", afirmou o embaixador canadiano na China, Dominic Barton, numa declaração à imprensa em Dandong (nordeste), onde Michael Spavor foi julgado.
O Tribunal Popular Intermédio de Dandong anunciou a sentença, numa declaração publicada no seu 'site': "Foi condenado a 11 anos de prisão, à confiscação de bens no valor de 50.000 yuan [6.581 euros] e à expulsão".
Spavor foi julgado em março, mas o tribunal decidiu que o veredito seria anunciado em data a determinar.
Em junho do ano passado, a China apresentou queixa contra Spavor por "fornecer ilegalmente segredos de Estado e informações secretas a forças estrangeiras", enquanto outro canadiano, Michael Kovrig, era acusado de os ter roubado.
De acordo com o Tribunal Popular Intermédio Número dois de Pequim, em março, o veredito de Kovrig, um diplomata de licença que na altura da sua detenção trabalhava para o grupo de reflexão do Grupo de Crise - será também anunciado "numa data a ser determinada".
Spavor, que se dedicava a estabelecer negócios com a Coreia do Norte, está preso desde 10 de dezembro, numa detenção que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, qualificou "de arbitrária".
Diplomatas da Alemanha e dos Estados Unidos também se deslocaram a Dandong para ouvir o veredito, enquanto diplomatas de 25 países se reuniram na representação diplomática canadiana em Pequim.
Tanto Spavor como Kovrig foram presos poucas horas depois de o Canadá ter detido a diretora financeira da Huawei e filha do fundador da empresa chinesa Meng Wanzhou, em dezembro de 2018 em Vancouver, onde fazia uma escala a caminho do México, a pedido dos Estados Unidos, que pretendiam acusar Meng de fraude bancária para violar as sanções comerciais norte-americanas contra o Irão.
O processo de extradição de Meng está ainda a decorrer no Supremo Tribunal da província de British Columbia, na costa do Pacífico canadiano.
Meng, cuja libertação tem sido repetidamente exigida por Pequim, está em liberdade condicional e vive com a família numa das duas mansões que possui em Vancouver.
Spavor e Kovrig têm sido mantidos em isolamento, com visitas limitadas ao pessoal consular canadiano, e em celas iluminadas 24 horas por dia, de acordo com a imprensa norte-americana.
Este caso prejudicou as relações entre o Canadá e a China, e também entre Pequim e Washington.
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