Tarcísio Meira estava vacinado com duas doses. Por que morreu com Covid?
Especialistas alertam que os casos de morte em pessoas vacinadas são raros e que as vacinas não são "um escudo mágico".
© Reprodução Rede Globo
Lifestyle Tarcísio Meira
O ator brasileiro Tarcísio Meira morreu esta quinta-feira, aos 85 anos de idade, por causa da Covid-19. Internado em São Paulo desde o dia 6 de agosto, o artista encontrava-se em estado grave e intubado, mesmo tendo as duas doses da vacina contra o novo coronavírus.
A questão é levantada amiúde, não apenas quando morre uma pessoa que já fora vacinada, mas também quando uma pessoa fica infetada após a imunização, casos raros que são amplamente noticiados, dando aparência de ocorrência comum.
De acordo com o portal Viva Bem, da UOL, o estado de saúde do ator inspirava muitos cuidados. Além de intubado estava a ser submetido a uma "diálise contínua", por causa de problemas nos rins.
Tanto Tarcísio como a esposa, Glória Menezes, de 86 anos, foram vacinados em março, mas ambos ficaram infetados. Glória ainda se encontra internada, mas com um quadro mais leve da doença e está a recuperar bem, segundo a imprensa brasileira.
Tal como escreve o portal Viva Bem, a vacina é "a arma mais importante para conter a circulação do vírus", mas não é um "escudo mágico". Natália Correia, especialista em microbiologia do Instituto Questão de Ciência acrescentou, ao mesmo site: "As pessoas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que as vacinas funcionam".
"Uma boa vacina é como se fosse um bom guarda-redes. E como sabemos que o guarda-redes é bom? Vamos olhar para o histórico dele. A frequência com a qual ele faz defesas. Se ele defende com frequência, ele é um bom guarda-redes. Isso não quer dizer que ele é invicto, que ele nunca vai sofrer um golo. Mas, mesmo se sofrer um golo, ele não deixa de ser um bom guarda-redes", acrescentou.
Esta mensagem alinha com a posição conjunta da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), divulgada este mês. "Embora a eficácia de todas as vacinas Covid-19 autorizadas na União Europeia seja alta, nenhuma vacina é 100% eficaz. Isto significa que era esperado um número limitado de infeções por SARS-CoV-2 entre pessoas que completaram o processo vacinal. Ainda assim, quando estas ocorrem, as vacinas podem prevenir doença grave em grande medida e reduzir muito o número de pessoas hospitalizadas por causa da Covid-19".
Fergus Sweeney, responsável da EMA, reiterou: “Isto não significa que as vacinas não funcionam. As pessoas vacinadas estão mais protegidas contra a forma grave de Covid-19 do que as que não se vacinam, e todos devemos esforçar-nos por estar totalmente vacinados o mais rápido possível”.
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