O presidente turco disse que cada vez mais afegãos estão a tentar migrar para a Turquia, através do Irão, e apelou a um esforço internacional para garantir a estabilidade no Afeganistão e evitar uma migração em massa.
Erdogan falava numa cerimónia naval, onde participou com o presidente do Paquistão.
Segundo sustentou, o Paquistão tem a "tarefa fundamental" de promover a paz e a estabilidade no Afeganistão, onde os confrontos se intensificaram e os talibãs chegaram hoje à capital, Cabul.
Erdogan assegurou o total empenho da Turquia na cooperação com o Paquistão, a qual considerou que assume um papel essencial na estabilização do Afeganistão.
Os talibãs chegaram hoje às portas de Cabul e parecem próximos de retomar o poder no Afeganistão.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, abandonou hoje o país.
O movimento islâmico radical deverá retornar ao poder, 20 anos depois de ter sido afastado por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, que atacaram o regime talibã depois deste recusar entregar o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, principal responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001.
A situação é de pânico na capital afegã, com as autoridades a pedirem a todos os funcionários públicos que deixem os seus empregos e regressem a casa, enquanto lojas e bancos estão fechados, com o trânsito paralisado por grandes engarrafamentos de trânsito.
Um porta-voz do movimento dos talibãs disse hoje à BBC que este pretende assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias" através de uma transição "pacífica".
O ministro do Interior afegão, Abdul Sattar Mirzakwal, assegurou numa mensagem televisiva que não haverá ataque em Cabul e que a transição de poder será feita pacificamente, de acordo com o canal local Tolo.
A NATO veio já defender que uma solução política para o conflito no Afeganistão é "mais urgente que nunca".
"A NATO está a avaliar a evolução da situação no Afeganistão numa base contínua. Estamos a ajudar a manter as operações no aeroporto de Cabul para manter o Afeganistão ligado ao resto do mundo", salientou a fonte, acrescentando que "a segurança do pessoal [da organização] é primordial".
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