"Crises são resolvidas pelas sociedades, não apenas pelas autoridades"

Os Chefes do Estado-Maior da Defesa da Alemanha, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Países Baixos, Estónia e Lituânia, destacaram hoje a importância da resiliência num contexto geopolítico marcado por conflitos ou ameaças híbridas, como a representada pela Rússia.

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Lusa
19/11/2024 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Defesa

Os militares destes países membros da NATO apelaram, durante um painel na Conferência de Segurança de Berlim, à preparação das populações dos seus países para enfrentar as crises no painel que protagonizaram.

 

 O Chefe do Estado-Maior da Defesa da Alemanha, o general Carsten Breuer, alertou para "uma nova era de conflitos" que estão inter-relacionados e se reforçam mutuamente.

"As crises são resolvidas pelas sociedades, não apenas pelas autoridades, e, na prática, isto significa que não se pode exteriorizar a segurança de uma sociedade", pois liga "autoridades, empresas, diferentes comunidades e também indivíduos", lembrou o general finlandês Janne Jaakkola, antes de referir o possível caso de sabotagem no mar Báltico.

"É um incidente grave mas não causou pânico nem grandes problemas devido ao sistema de resiliência, pelo que não houve efeitos na disposição dos dados", frisou Jaakkola, sobre o caso do corte de dois cabos submarinos de telecomunicações no mar Báltico.

Os cabos submarinos danificados ligam a Lituânia à Suécia e a Finlândia à Alemanha, e tanto a Finlândia, como a Suécia e a Lituânia já abriram investigações sobre o sucedido.

Sobre a capacidade de adaptação a um ambiente geopolítico hostil devido à Rússia ou a outros "facilitadores" do conflito, termo com que o general Breuer se referiu à China pelo seu apoio a Moscovo, também o general Tony Radakin, Chefe do Estado-Maior General da Defesa de o Reino Unido, reconheceu que o seu país está numa posição "ligeiramente mais fraca".

"Não temos uma cultura de defesa total, não temos aspetos jurídicos e de planeamento de outros países da NATO com esta tradição, por isso estamos felizes por ter estas conversas com colegas e ver o que pode ser bom para nós", sublinhou Radakin.

"Se somos 32 nações, isso permite correr riscos, nação a nação. No Reino Unido, pretendemos duplicar a letalidade do Exército nos próximos três anos e triplicá-la até 2030. Isto pode parecer extraordinário, mas é a oportunidade que a tecnologia nos dá", destacou o britânico.

O Chefe do Estado-Maior de Defesa dos Países Baixos, o general Onno Eichelsheim, alertou que a NATO precisa de acelerar e adaptar-se aos novos tempos.

"Sim, somos 32 países. Mas temos de acelerar. Não podemos lutar como fazíamos há anos e há problemas no desenvolvimento de conceitos operacionais", apontou.

"Temos de mudar a forma como planeamos, como integrar a inteligência artificial, algo que já está a funcionar nos postos de controlo na Ucrânia e na Rússia, e eu não tenho isso. Talvez o Reino Unido e a Suécia tenham, mas eu não", confessou o neerlandês.

"Não tenho confiança de que estejamos a ser suficientemente rápidos", concluiu.

Leia Também: NATO realiza maior exercício de artilharia da Europa na Finlândia

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