Desde então assumiram o controlo da maior parte do país sem encontrar muita resistência e o governo afegão já prometeu uma transição de poder pacífica.
Início de retiradas das tropas estrangeiras
A 1 de maio, os Estados Unidos e a NATO iniciam a retirada dos seus 9.500 soldados, dos quais 2.500 são militares norte-americanos, ainda no Afeganistão.
Desencadeiam-se intensos combates entre os talibãs e as forças governamentais na região meridional de Helmand. No norte, os talibãs tomam o distrito de Burka, na província de Baghlan.
A 8 de maio, um atentado contra uma escola para raparigas em Cabul causa mais de 50 mortos. As autoridades atribuem o ataque, o mais mortífero num ano, aos talibãs, que desmentem.
Em meados de maio, os norte-americanos retiram-se da base aérea de Kandahar, uma das mais importantes do Afeganistão.
Avanço dos talibãs
Os talibãs conquistam dois distritos da província de Maidan Wardak, perto de Cabul, antes de assumirem o controlo de dois distritos da importante província de Ghazni.
A 19 de junho, face à rápida progressão dos rebeldes, o Presidente afegão, Ashraf Ghani, nomeia novos ministros para o Interior e para a Defesa.
A 22, os talibãs tomam o posto fronteiriço de Shir Khan Bandar (norte), principal acesso do país ao vizinho Tajisquistão. Várias centenas de soldados afegãos fogem para o território tajique.
Os rebeldes controlam as outras passagens para o Tajiquistão, assim como distritos que conduzem a Kunduz, capital da província com o mesmo nome no norte do país.
Norte-americanos deixam Bagram
A 2 de julho, os militares norte-americanos e da NATO restituem às forças armadas afegãs a base aérea de Bagram, centro nevrálgico das operações da coligação internacional, 50 quilómetros a norte de Cabul.
A 4, os talibãs tomam o distrito estratégico de Panjwai, a cerca de 15 quilómetros de Kandahar (sul).
Primeira capital provincial atacada
A 7 de julho, os talibãs entram em Qala-i-Naw, a primeira capital de província -- a de Badghis (noroeste) -- a ser atacada pelos rebeldes.
No dia seguinte, o Presidente norte-americano, Joe Biden, declara que a retirada das suas forças será "concluída a 31 de agosto".
A 9, os talibãs reivindicam o controlo de dois importantes postos fronteiriços, com o Irão e com o Turquemenistão, na província de Herat (oeste).
Segundo Moscovo, os rebeldes controlam a maior parte da fronteira afegã com o Tajiquistão.
Aeroporto protegido
A 11 de julho, as autoridades anunciam que o aeroporto de Cabul está agora protegido de 'rockets' e mísseis por um "sistema de defesa aérea".
A 13, após a Alemanha, a França apela aos seus cidadãos para abandonarem o Afeganistão.
No dia seguinte, os talibãs tomam um importante posto fronteiriço com o Paquistão, no sul.
Grandes cidades ameaçadas
A NATO pede a 27 de julho uma solução negociada para o conflito, quando a ONU teme um número "sem precedentes" de vítimas civis.
A 2 de agosto, Ashraf Ghani atribui a deterioração da situação militar à "repentina" retirada norte-americana, numa altura em que várias grandes cidades estão sob ameaça direta dos rebeldes.
As embaixadas norte-americana e britânica em Cabul acusam os talibãs de terem "massacrado dezenas de civis" no distrito meridional de Spin Boldak.
No dia seguinte, um atentado contra o ministro da Defesa, o general Bismillah Mohammadi, mata oito civis em Cabul. É reivindicado pelos talibãs, que ameaçam com outros ataques dirigidos em resposta aos bombardeamentos aéreos das forças armadas.
Importantes conquistas
A 6 de agosto, os talibãs conquistam a sua primeira capital provincial, Zaranj (sudeste).
Nos dias seguintes, várias grandes cidades do Norte também caem: Sheberghan, Kunduz, Sar-e-Pul, Taloqan, Aibak e Pul-e-Khumri (província de Baghlan), Faizabad e Farah (oeste).
A 10, Joe Biden diz não lamentar a sua decisão de deixar o Afeganistão, considerando que os afegãos "devem lutar por si próprios".
A 11, centenas de membros das forças de segurança rendem-se aos talibãs perto de Kunduz.
O Presidente Ashraf Ghani chega à cidade sitiada de Mazar-i-Sharif para tentar coordenar a resposta.
Herat, Kandahar e Mazar-i-Sahrif
A 12, os talibãs tomam Ghazni, a 150 quilómetros a sudoeste de Cabul, e depois Herat, terceira maior cidade do Afeganistão.
Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciam o envio de milhares de soldados para Cabul para retirar diplomatas e cidadãos. Outros membros da NATO também anunciam a retirada do pessoal das suas embaixadas.
No dia seguinte, os talibãs tomam Pul-e-Alam, capital da província de Logar, a apenas 50 quilómetros de Cabul, depois de terem conquistado Lashkar Gah, capital de Helmand, e Kandahar, segunda cidade do país.
A 14, Ashraf Ghani jura mobilizar o exército contra os talibãs, mas nas horas seguintes os rebeldes conquistam sucessivamente Mazar-i-Sharif (norte) e Jalalabad (leste), a última grande cidade controlada pelo governo além de Cabul.
Hoje os rebeldes rodearam Cabul e terão recebido ordens para não entrar, enquanto o governo prometia uma transição pacífica do poder.
Um porta-voz do movimento rebelde disse à BBC que este pretende assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias" através de uma transição "pacífica".
O presidente Ashraf Ghani abandonou o Afeganistão, segundo informações avançadas pelo ex-vice-presidente do país Abdullah Abdullah e por dois responsáveis das autoridades afegãs.
Leia Também: Turquia empenhada em trabalhar com Paquistão para estabilidade no país