As famílias dos soldados britânicos que morreram em missões no Afeganistão lançaram críticas à forma como os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos geriram a retirada das tropas americanas à medida que os talibãs foram adquirindo controlo do país.
Em entrevista à BBC, Graham Knight, pai de um soldado que morreu no Afeganistão aos 25 anos de idade, em 2006, disse que o governo britânico devia ter começado a retirar civis "há uma semana".
"Os talibãs sempre deixaram muito claro que, assim que saíssemos, eles iriam avançar", indicou o britânico de 69 anos de idade.
"Sobre se vidas foram perdidas numa guerra que era inútil, acho que foram", acrescentou. "Acho que o problema foi que estávamos a lutar contra pessoas que eram nativas do país. Não estávamos a lutar contra terroristas, estávamos a lutar contra pessoas que realmente viviam ali e não gostavam que lá estivéssemos".
Ian Sadler, cujo filho morreu no país em 2007, aos 21 anos de idade, questionou: "Porque é que acharam que o exército nacional afegão iria conseguir controlar os talibãs só com base em números? Porque é que o nosso governo e aliados têm tanta confiança neles?"
"Quando as forças da NATO foram retiradas de forma tão repentina, o exército nacional afegão ficou sem orientação", acrescentou.
Recorde-se que os talibãs assumiram o controlo do Afeganistão no domingo, depois de uma ofensiva lançada após o início da retirada das forças internacionais do país, 20 anos depois de terem sido afastados do poder por uma coligação liderada pelos Estados Unidos.
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