"O vírus detetado tem ligações com uma estirpe de cVDPV2 detetada no Sudão", indicou hoje o Ministério da Saúde do Uganda, num comunicado citado pela agência Efe, que acrescenta não ter sido indicado qualquer caso da doença.
"Os constantes movimentos transfronteiriços entre os nossos países vizinhos e os países do Corno de África atualmente afetados por surtos de cVDPV trazem riscos adicionais de importação da pólio", acrescenta-se no comunicado do Governo, que promete aumentar a vigilância para detetar possíveis casos de pólio e também acelerar os esforços para a vacinação.
O Uganda foi declarado livre de pólio selvagem em 2006 e o continente africano na sua totalidade alcançou essa certificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) há um ano, depois da Nigéria, o último país que faltava alcançar a meta, ter sido declarado livre de pólio selvagem.
No entanto, nos últimos meses, cerca de duas dezenas de países detetaram estirpes de cVDPV, como o Quénia, Sudão do Sul ou República Democrática do Congo (RDCongo).
Estes surtos, pouco frequentes segundo a OMS, devem-se ao facto de a vacina oral contra a poliomielite conter um carga viral fraca que pode, no entanto, sofrer mutações genéticas que criam os chamados poliovírus circulantes de origem vacinal (cVDPV).
Isto acontece apenas em populações pouco imunizadas e com más condições sanitárias, já que os restos da vacina administrada por via oral permanecem presentes nas secreções e esse vírus, apesar de muito debilitado, é mortal.
A poliomielite é uma doença infecciosa que afeta sobretudo os menores de 5 anos e não tem cura, apresentando sintomas como febre, fadiga, vómitos e dores de cabeça, podendo causar, nalguns casos, a paralisia das extremidades do corpo.
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