"Persuadir ou não os Estados Unidos a ficar é uma questão para o primeiro-ministro [britânico, Boris Johnson] na reunião do G7 amanhã (terça-feira)", disse o secretário de Estado das Forças Armadas britânico, James Heappey, ao canal de televisão Sky News.
Heappey sublinhou, porém, que a decisão não cabe apenas a Washington e que os talibãs também têm uma palavra a dizer sobre o tema.
"Haverá uma conversa com os talibãs. Os talibãs terão a escolha entre procurar colaborar com a comunidade internacional e mostrar que desejam fazer parte do sistema internacional" ou "dizer que não há oportunidade de estender" a presença norte-americana, acrescentou Heappey.
Boris Johnson, cujo país atualmente ocupa a presidência do G7, anunciou no domingo que os líderes do grupo das grandes potências (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) vai reunir-se virtualmente na terça-feira para uma "discussão urgente" sobre a situação no Afeganistão.
Desde que os talibãs entraram em Cabul, há uma semana, milhares de famílias reuniram-se perto do aeroporto internacional de Cabul para tentar sair do país antes de 31 de agosto, data fixada pelo Governo dos Estados Unidos para a retirada final das suas forças no Afeganistão.
Diante do caos da retirada e sob pressão dos seus aliados, Joe Biden considerou manter os soldados no país além desse prazo, referindo que há "discussões em andamento" do lado norte-americano sobre o assunto.
O exército britânico disse no domingo à noite que retirou 5.725 pessoas do Afeganistão desde 13 de agosto, incluindo 3.100 afegãos, e garantiu que a operação vai continuar "enquanto a situação de segurança permitir", sem qualquer "data fixa" para o último voo.
Leia Também: Reino Unido resgata 1.821 pessoas do Afeganistão em 24 horas