À Trafalgar Square, no centro da capital britânica, acorreram pessoas de todas as idades e nacionalidades, que brandiram cartazes e bandeiras com o símbolo da Extinction Rebellion (Rebelião contra a Extinção), uma ampulheta dentro de uma circunferência.
O tempo é, precisamente, a principal preocupação do grupo ecologista, que sustenta que o planeta está a lutar em contrarrelógio contra a sua extinção e culpa disso a inação climática do executivo do primeiro-ministro, Boris Johnson.
"Ajam agora, porque é demasiado tarde", lia-se numa das faixas, à frente da qual uma dezena de pessoas fingia ler a imprensa, com títulos como "Um deputado assegura que comprar um novo carro acabará com as alterações climáticas".
"Estamos nas ruas de Londres hoje para dizer ao Governo que está na altura de pôr fim a qualquer tipo de novas extrações e queimas de combustíveis fósseis", disse a porta-voz da Extinction Rebellion, Clarissa Carlyon, citada pela agência Efe, asseverando que o planeta vive agora uma crise "climática e ecológica".
O colombiano Lautaro Ilayux viajou de Boyaca, nos Andes, até Londres com uma 'wiphala' (bandeira indígena) na mão e em representação do povo Muisca para trabalhar juntamente com a Extinction Rebellion em "reparações planetárias, libertação e unificação dos povos", explicou.
Foi um dos muitos que pegaram no microfone para se dirigir à multidão "rebelde" congregada na praça, que instaram a abraçar-se, a libertar a tensão dançando ao ritmo do reggae e do samba e a "serem mais conscientes do seu próprio corpo".
O dia de hoje, 23 de agosto, marca o início da nova campanha da Extinction Rebellion, que tem como título "The Impossible Rebellion" (A Rebelião Impossível) e inclui atividades quase diárias até 04 de setembro.
"O nosso é um apelo para mais honestidade, mais diversidade. É um apelo para políticas de amor, que reflitam a nossa humanidade", lê-se num dos panfletos da Extinction Rebellion para incentivar as pessoas a aderirem ao movimento.
Após o fim do evento na Trafalgar Square, os ecologistas abandonaram a praça acompanhados por dezenas de agentes da polícia, decididos a seguir pelas ruas de Londres repetindo as suas palavras de ordem em prol da sobrevivência do planeta.
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