"Estamos preocupados com o prazo estabelecido pelos Estados Unidos, de 31 de agosto. É necessário mais tempo para concluir as operações atuais", disse Jean-Yves Le Drian aos jornalistas que o acompanharam a uma visita à base 104 de Al-Dhafra, a 30 quilómetros de Abu Dabi, onde a Força Aérea francesa montou uma ponte aérea para Cabul.
A França "acolheu, entre 17 e 22 de agosto, quase 1.200 pessoas, incluindo quase cem cidadãos franceses, quase mil afegãos ameaçados e dezenas de estrangeiros que trabalham para a União Europeia", pormenorizou o ministro.
De acordo com Le Drian, a "principal preocupação é o acesso" ao aeroporto de Cabul, referindo que será necessário aumentar a coordenação da França com os Estados Unidos e com os restantes aliados na região.
"Não esperámos até 15 de agosto para nos organizar. Facilitámos a saída do país dos nossos cidadãos e de muitos afegãos que trabalham para nós há vários meses. Começámos a planear o transporte aéreo antes da queda de Cabul", acrescentou a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, que participou na visita à base aérea em Abu Dabi.
De acordo com um comunicado conjunto dos dois ministérios, Parly e Le Drian vão encontrar-se "com diplomatas, militares, polícia e todo o pessoal que está a contribuir, em condições extremamente difíceis, para a condução das operações de evacuação de Cabul".
Os dois ministros franceses também serão recebidos pelo príncipe herdeiro de Abu Dabi, Mohammed bin Zayed al-Nahyane, que governa os Emirados Árabes Unidos.
Os Estados Unidos fixaram a data de 31 de agosto para a retirada final das suas tropas no Afeganistão, mas esse cronograma tem sido considerado cada vez mais insustentável pelos aliados europeus, levando o Presidente Joe Biden a admitir o adiamento da saída dos militares que permanecem em Cabul e que estão a supervisionar as operações de evacuação do aeroporto da capital afegã.
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