Freeman Mbowe está detido desde 21 de julho, quando foi preso em conjunto com outros altos funcionários do partido Chadema depois de ter apelado para a realização de um comício para reformas constitucionais.
O detido, 59 anos, é acusado de "financiamento de terrorismo" e de "conspiração terrorista".
Num tribunal em Dar es Sallam, Mbowe e os seus três corréus acusaram o Ministério Público de ler acusações ditadas sob coação, de acordo com o advogado do opositor, Peter Kibatala.
"Eles disseram ao tribunal que foram torturados, humilhados e forçados a fazer estas declarações", disse Kitabala à comunicação social após a audiência, segundo a agência France-Presse.
O julgamento deverá ser transferido para o Supremo Tribunal, embora ainda não tenha data prevista.
O Ministério Público disse que as acusações contra Mbowe "não eram políticas" e que são o resultado de uma investigação que se prolongou por um ano.
Freeman Mbowe foi preso no final de julho, juntamente com outras figuras desta formação, em Mwanza, uma cidade do noroeste onde planearam um comício para exigir reformas constitucionais.
A rusga policial e as acusações de "terrorismo" contra Mbowe, reminiscentes dos métodos de mão pesada do ex-presidente John Magufuli, que morreu em março, suscitaram preocupação entre as organizações não-governamentais de direitos humanos e as diplomacias ocidentais.
Na semana passada, o Governo, invocando restrições sanitárias, proibiu que diplomatas estrangeiros assistissem ao julgamento sem notificar o Ministério dos Negócios Estrangeiros tanzaniano.
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