A par das vítimas mortais, todas oriundas do Egito, outros 51 migrantes foram resgatados, segundo indicou uma fonte da guarda costeira líbia em declarações à agência France-Presse (AFP).
Na segunda-feira, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) tinha dado conta do desaparecimento de 16 migrantes ao largo da cidade líbia de Zouara (costa oeste da Líbia).
"Dezasseis migrantes, incluindo uma mulher e uma criança, desapareceram (no domingo) ao largo de Zouara, 48 migrantes sobreviveram", informou, na segunda-feira, a agência do sistema das Nações Unidas através da rede social Twitter.
A cidade de Zouara está localizada a 120 quilómetros da capital do país, Tripoli.
A Líbia, país localizado a cerca de 300 quilómetros das costas italianas, faz parte da chamada rota migratória do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que sai igualmente a partir da Argélia e da Tunísia em direção à Itália e a Malta.
Devido à situação do país, imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muhammar Kadhafi em 2011, a Líbia não é considerada "um porto seguro" para os migrantes.
Mesmo assim, o país tornou-se um importante ponto de passagem para centenas de milhares de migrantes, sobretudo africanos e árabes que tentam fugir de conflitos, violência e da pobreza, que procuram alcançar a Europa através do mar Mediterrâneo.
O país tornou-se igualmente um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e situações de sequestro, tortura e violações.
Em meados de julho, a OIM alertou que o número de mortes ocorridas nesta zona do Mediterrâneo tinha mais que duplicado em 2021, com a organização a contabilizar, até então, cerca de 970 vítimas mortais.
Recentemente, a OIM também avançou que 20.257 migrantes foram intercetados pela guarda costeira líbia entre janeiro e o mês corrente, tendo sido posteriormente reencaminhados para a Líbia.
Ao longo dos últimos anos, a União Europeia (UE) apoiou a guarda costeira líbia para tentar conter a saída de migrantes em direção à Europa.
Além das denúncias de maus-tratos, várias organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos sempre criticaram o apoio fornecido à guarda costeira líbia, argumentando que os migrantes, após intercetados, são retidos em centros de detenção sobrelotados e com condições de vida muito precárias.
Leia Também: Líbia. ONU apela ao respeito do cessar-fogo a quatro meses de eleições