Mais de 120 jornalistas afegãos e familiares recebidos no México

Um grupo de 124 pessoas, jornalistas afegãos e famílias, foram recebidos hoje no México, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros desse país.

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Lusa
25/08/2021 16:12 ‧ 25/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

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"São pessoas que arriscam as vidas para informar, que estão empenhadas na liberdade de expressão, à liberdade e à independência da imprensa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard, numa cerimónia do aeroporto da Cidade do México, na presença dos refugiados.

O grupo, composto por jornalistas de vários meios de comunicação afegãos em Cabul, chegou ao México depois de um voo de 20 horas de Doha num avião da Força Aérea do Qatar, que também transportava crianças, de acordo com as imagens divulgadas pelo ministério mexicano.

Horas antes, o México recebeu cinco jovens afegãs de uma equipa de robótica premiada internacionalmente, todas elas retiradas após os talibãs terem tomado o poder.

O México tem uma longa tradição de acolhimento de refugiados políticos, já que durante a ditadura de Franco, em Espanha, e noutros países sul-americanos, os perseguidos encontraram refúgio neste país.

Há alguns dias, o México anunciou que estava a processar pedidos de refugiados afegãos, especialmente mulheres e raparigas, após os talibãs terem assumido o controlo de Cabul, na sequência da retirada das tropas norte-americanas.

Os talibãs garantiram hoje que vão continuar a permitir a operação de voos comerciais no país após o prazo de 31 de agosto para as retiradas internacionais.

Os radicais islamitas passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.

Leia Também: Paquistão surge como alternativa aérea e terrestre à retirada de Cabul

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