"Devido a uma ameaça precisa e credível, todos os cidadãos norte-americanos que se encontrem nos arredores do aeroporto de Cabul (...) devem sair da zona rapidamente", anunciou a Embaixada dos EUA em Cabul, numa mensagem de alerta, dois dias depois de um atentado que fez mais de 100 mortos no mesmo local.
A ameaça abrange especificamente "o acesso sul, o novo Ministério do Interior e o acesso perto do posto de combustível Panshir a noroeste do aeroporto", de acordo com o mesmo comunicado.
Alertas de bomba recorrentes perturbaram, nos últimos dias, as operações de retirada dos Estados Unidos no aeroporto, o que tem obrigado a uma cooperação mais estreita com os extremistas talibãs, no poder no Afeganistão, para tentar evitar um novo atentado terrorista.
Antes, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha avisado que um outro ataque terrorista no aeroporto era "muito provável nas próximas 24 a 36 horas" e que a situação no local era "extremamente perigosa".
Na sexta-feira, Washington tinha feito um aviso idêntico.
O atentado bombista perpetrado na quinta-feira, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico na Província de Khorasan (EI-K), causou mais de uma centena de mortos, incluindo 13 militares norte-americanos, e desencadeou represálias das forças armadas norte-americanas.
A operação de retirada continua no aeroporto de Cabul, onde milhares de pessoas esperam um voo, até terça-feira, data de conclusão prevista para a saída dos soldados norte-americanos do país, depois de 20 anos de guerra.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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