"Ele está em Kandahar. Ele vive ali desde o início", afirmou o porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid.
"Em breve aparecerá em público", assegurou o porta-voz adjunto Bilal Karimi.
O papel preciso do Hibatullah Akhundzada, que tem liderado os talibãs desde 2016, é pouco conhecido, sendo a sua atividade pública limitada a mensagens anuais durante os feriados muçulmanos.
Nunca apareceu em público, mesmo desde que os talibãs recuperaram o controlo do Afeganistão, na sequência da retirada das tropas dos EUA.
Os talibãs há muito que mantêm o seu líder supremo na sombra.
O fundador do movimento, o enigmático Mullah Mohammad Omar, era conhecido por levar a vida de um eremita e raramente visitava Cabul, quando os talibãs detinham o poder no país nos anos 90.
Kandahar é o local de nascimento do movimento dos Talibãs.
Esta revelação acontece no memo dia em que quase cem países, incluindo Portugal, comprometeram-se a continuar a emitir vistos para as pessoas que queiram sair do Afeganistão e afirmaram esperar que os fundamentalistas islâmicos talibãs cumpram a promessa de as deixar embarcar.
Numa declaração conjunta subscrita por 97 nações, pelo secretário-geral da NATO e pelo representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, divulgada hoje pelo Departamento de Estado norte-americano, é afirmado o seu compromisso em garantir que os seus cidadãos, funcionários e afegãos que consigo trabalharam "possam continuar a viajar livremente para destinos fora do Afeganistão".
Salientam que receberam " garantias por parte dos talibãs" no sentido de qualquer afegão com "autorização de viagem" emitida por qualquer um dos países signatários poder aceder "segura e ordeiramente" a pontos de partida fora do Afeganistão.
"Temos a expectativa e o compromisso dos talibãs de que [pessoas com autorização de viagem] possam viajar para os nossos respetivos países. Notamos as declarações públicas dos talibãs a confirmar este acordo", referem.
Os Estados Unidos abrandaram hoje o ritmo de retirada de pessoas do Afeganistão, com 2.900 cidadãos retirados do aeroporto da capital, Cabul, menos de metade do número de sábado e menos de um quarto do que se verificou na sexta-feira.
As pessoas foram retiradas em 32 aviões norte-americanos e em nove aeronaves da coligação internacional.
No sábado, o Pentágono declarou que tinha começado a fase final da retirada do Afeganistão, com saída de material militar e início da retirada de cerca de cinco mil militares norte-americanos que ainda estavam no aeroporto de Cabul.
No dia 15, os talibãs entraram em Cabul sem resistência, depois de terem controlado praticamente todas as províncias do país, levando o presidente afegão, Ashraf Ghani, a fugir do país.
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