"As potências mundiais não devem ficar de lado e devem fazer tudo para estabilizar o nosso país vizinho, caso contrário o Afeganistão poderá envolver-se numa prolongada guerra civil", afirmou, numa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, de acordo com a presidência tajique.
Rakhmon, cujo país partilha mais de 1.300 quilómetros de fronteira com o Afeganistão, sublinhou que a situação após a chegada ao poder dos talibãs é "extraordinariamente complexa".
"Um dos fatores estabilizadores é a formação de um governo inclusivo com a participação de representantes de todos os grupos étnicos", apontou.
Também apelou à comunidade internacional para ajudar o povo afegão tendo em conta a crise social e económica que abala o país.
Entre outros assuntos, Rakhmon discutiu com Maas a concessão de ajudas para reforçar as defesas fronteiriças por temer incursões de grupos terroristas.
A Rússia tem uma base militar perto da capital tajique, Dushanbe, e realizou exercícios militares conjuntos com os exércitos tajique e usbeque em agosto.
A antiga república soviética apoia a minoria tajique do Afeganistão, que constitui um terço da população e controla a região de Panjshir, o último bastião de resistência contra os talibãs.
Na semana passada, houve notícias nos meios de comunicação social de que Rakhmon poderia oferecer armas ao líder da minoria tajique, Ahmad Massoud, mas as autoridades desmentiram a possibilidade.
O ministro alemão Heiko Maas começou hoje uma viagem pela região, que já o levou ao Uzbequistão e que conta ainda com passagens pela Turquia, Paquistão e Qatar.
Durante a estada em Tashkent, as autoridades usbeques comprometeram-se a continuar a ajudar Berlim na retirada de cidadãos alemães, colaboradores locais, ativistas e jornalistas afegãos.
Mais de 5.000 pessoas já deixaram o Afeganistão em voos do exército alemão, embora Berlim planeie retirar cerca de 40.000 pessoas.
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