Ramo afegão do EI reivindica lançamento de seis 'rockets' em Cabul

O ramo afegão do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje o lançamento de seis 'rockets' que tinham como alvo o aeroporto de Cabul, onde prosseguem as operações de retirada de civis do Afeganistão.

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© Haroon Sabawoon/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
30/08/2021 16:20 ‧ 30/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

Num breve comunicado divulgado pelos seus canais de propaganda na internet, o EI da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês) afirmou que "os soldados do califado atacaram o aeroporto internacional com seis 'rockets' tipo Katiusha que atingiram os seus alvos".

No entanto, o comunicado, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, não especifica quais eram esses alvos nem os danos causados pelo ataque.

Por seu lado, o porta-voz talibã Bilal Karimi afirmou que vários 'rockets' foram disparados em direção ao aeroporto de Cabul e que, na sua maioria, aterraram em áreas desocupadas e não causaram vítimas.

Outra fonte dos talibãs citado pelas agências AFP e Efe a coberto do anonimato indicou que tinham sido disparados cinco 'rockets' da traseira de um veículo e que estes foram intercetados pelo sistema de defesa antimíssil do aeroporto da capital afegã.

Um dirigente da área de Khawaja Bughra, em Cabul, indicou que um dos projéteis atingiu uma casa em Cabul e fez dez mortos e cinco feridos, na maioria crianças.

"Agora, sabemos que há dez residentes mortos e cinco feridos no ataque com projéteis de ontem (domingo). A maioria das vítimas mortais e dos feridos são crianças", disse Hazrat Shah, citado pela Efe.

Shah explicou que o número de crianças é tão elevado porque "a família tinha alguns convidados em casa quando o 'rocket' atingiu" a moradia.

O porta-voz talibã Bilal Karimi situou, por agora, em sete o número de mortos nesse ataque, embora indicando que ainda não está concluída "a investigação" ao que aconteceu.

Várias fontes dos talibãs asseguraram que estas vítimas civis ocorreram devido ao impacto de um dos 'rockets' que tinham como alvo o aeroporto, e não têm qualquer relação com o bombardeamento, no domingo, por um 'drone' (aparelho voador não-tripulado) norte-americano, de um veículo em que supostamente seguiam em direção ao aeroporto 'jihadistas' do ISKP carregados de explosivos, o que representava uma "ameaça iminente", segundo o exército dos Estados Unidos.

A Casa Branca informou posteriormente que as operações dos Estados Unidos de retirada de civis norte-americanos e afegãos prosseguem hoje "sem interrupção" no aeroporto internacional Hamid Karzai de Cabul após o ataque.

Os Estados Unidos alertaram para "ameaças credíveis" contra o aeroporto da capital afegã, onde se concentram as tropas norte-americanas e onde na quinta-feira o ISKP perpetrou um atentado bombista que fez pelo menos 170 mortos.

O principal porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, declarou hoje que os atentados do ISKP devem cessar com a partida das tropas norte-americanas do país, a 31 de agosto, assegurando que, se tal não acontecer, o novo Governo reprimirá o grupo.

"Esperamos que os afegãos que estão sob a influência do EI (...) abandonem as suas operações ao verem a criação de um Governo islâmico, na ausência de potências estrangeiras", disse Mujahid, numa entrevista concedida à AFP este fim de semana.

"Se eles criarem uma situação de guerra e continuarem as suas operações, o Governo islâmico (...) ocupar-se-á deles", alertou Mujahid, cujo movimento prometeu paz ao chegar ao poder, duas décadas após a sua expulsão por forças militares norte-americanas e da NATO.

O ramo local do EI, o ISKP realizou uma série de atentados sangrentos nos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão, não hesitando em massacrar civis em mesquitas, escolas e hospitais.

Leia Também: ISIS-K. Quem são os radicais responsáveis pelo atentado em Cabul?

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