As Nações Unidas estimam que haja cerca de 20.000 "mercenários" e combatentes estrangeiros na Líbia -- entre russos do grupo de segurança privada Wagner, chadianos, sudaneses ou sírios.
Em abril, rebeldes daquele país lideraram uma ofensiva contra Ndjamena, tendo o então Presidente, Idriss Déby Itno, morrido enquanto liderava uma ofensiva do Exército.
"Os mercenários chadianos e sudaneses na Líbia, recrutados, treinados, armados e financiados por potências estrangeiras, não devem ser autorizados a deixar a Líbia devido à grave ameaça que representam para a estabilidade e segurança, tanto do Chade como do Sudão", disse o presidente do Conselho Militar de Transição (CMT), Mahamat Idriss Déby Itno, no domingo, durante uma visita oficial a Cartum, noticia hoje a agência France-Presse (AFP).
À frente do CMT, composto por 14 outros generais, Mahamat Déby, 37 anos, que se autoproclamou Presidente do país após a morte do pai, convidou os executivos de Chade e Sudão a "examinarem em conjunto e com urgência esta ameaça comum", acrescenta a mesma fonte.
O presidente do CMT propôs na semana passada a recuperação do acordo quadripartido entre Líbia, Sudão, Níger e Chade, de 2018, para combater o terrorismo e o tráfico, através da criação de uma força conjunta nas fronteiras líbias.
A União Africana renovou também, na sexta-feira, o seu apelo para a "retirada urgente do Chade de todos os mercenários e combatentes estrangeiros, incluindo os da Líbia".
Déby, por outro lado, tem multiplicado os sinais para a abertura ao envolvimento de grupos armados rebeldes num diálogo nacional com o objetivo de reconciliar o Chade.
O presidente de transição chadiano prometeu "ações concretas em termos de amnistia, libertação de prisioneiros de guerra, restituição de bens e reintegração profissional", refere a AFP.
Após a morte de Déby Itno, o CMT dissolveu de imediato o Governo e o parlamento e revogou a Constituição, tendo prometido eleições "livres e democráticas" no final de uma "transição" de 18 meses.
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