Cerca de três quartos dos afetados estão nos estados de Unity e Jonglei, afirmou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) numa nota hoje divulgada e citada pela agência France-Presse (AFP), alertando que "são esperadas mais chuvas fortes e inundações nos próximos meses".
"A acessibilidade é um grande desafio, com a maioria das áreas afetadas por inundações inacessível por estrada", dificultando a entrega de ajuda humanitária, explicou a agência.
As inundações, desencadeadas pelas primeiras chuvas sazonais, devastaram terras agrícolas, levando gado e destruindo as frágeis casas tradicionais, um ano depois de fenómenos semelhantes terem afetado 700.000 pessoas.
Cerca de 100.000 pessoas deslocadas no ano passado não puderam ainda regressar às suas casas, tendo as chuvas deixado algumas terras submersas durante mais de um ano, segundo a OCHA.
Além do mau tempo, o Sudão do Sul, independente desde 2011, enfrenta ainda as consequências de uma guerra civil de cinco anos que matou quase 400.000 pessoas entre 2013 e 2018.
Os combates, marcados por massacres étnicos, violações e abusos em massa aprofundaram o país e paralisaram a produção de petróleo.
Segundo um relatório do Banco Mundial de abril de 2021, 82% dos 11 milhões de habitantes do Sudão do Sul são pobres.
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