Centenas de combatentes do Iswap invadiram a cidade de Rann, na fronteira com os Camarões, na segunda-feira, expulsando os soldados nigerianos da sua base e ocupando a cidade durante várias horas.
O ataque levou a uma fuga em massa de residentes para os Camarões, antes de o Exército conseguir recuperar o controlo da cidade com apoio aéreo.
O Iswap, que nasceu de uma cisão dentro do grupo Boko Haram, em 2016, consolidou o seu controlo na área desde a morte do líder deste último, Abubakar Shekau, em maio.
De acordo com o líder de uma milícia anti-'jihadista' da cidade, os homens armados chegaram à cidade "por volta das 01:30 [mesma hora em Lisboa] a pé, como um enxame de gafanhotos e sobrecarregaram os soldados, que tiveram de abandonar a sua base", noticia a agência France-Presse (AFP).
Sob anonimato, a fonte acrescentou que "os insurgentes mataram 11 pessoas".
Os 'jihadistas' roubaram armas e atearam fogo a edifícios no local, segundo a mesma fonte.
Um membro das Nações Unidas no país especificou que um soldado e um voluntário local de uma agência internacional de ajuda humanitária estão entre os mortos.
Também o Exército nigeriano confirmou o ataque, dizendo que as suas tropas tinham regressado à base e restaurado a ordem.
Pouco antes, os 'jihadistas' atacaram a cidade vizinha de Ajiri, matando seis pessoas.
Rann, que abriga 35.000 pessoas deslocadas devido à insurreição, foi várias vezes palco de ataques de Iswap e Boko Haram.
Em maio, o Iswap atacou a cidade e matou 35 pessoas, incluinro cinco soldados e 15 membros de milícias.
Desde o início da rebelião do grupo terrorista islâmico Boko Haram no nordeste da Nigéria, em 2009, o conflito fez quase 36 mil mortos e dois milhões de deslocados.
Em 2016, o grupo separou-se, ficando a fação histórica de um lado e a Iswap, reconhecida pelo Estado Islâmico, do outro.
Há três anos, em 01 de março de 2018, os combatentes do Iswap atacaram uma base da ONU em Rann, uma cidade do nordeste da Nigéria, matando três funcionários e raptando outro.
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