Referindo-se à situação no Afeganistão, Vladimir Putin afirmou que "os talibãs devem entrar na 'família dos povos civilizados', porque vai ser mais fácil manter os contactos e comunicar".
O Presidente russo utilizou expressões como "relações civilizadas" e "respeito pelas regras civilizadas".
O anterior regime dos talibãs, no poder entre 1996 e 2001, foi responsável por políticas e ações de repressão extremamente violentas nomeadamente contra as mulheres.
"A Rússia não tem qualquer interesse na desintegração do Afeganistão, se isso acontecer não vai haver ninguém como quem falar", acrescentou o Presidente da Rússia.
Vladimir Putin que falava no Fórum Económico, em Vladivostoque, no extremo oriente russo, voltou a acusar os Estados Unidos pela "catástrofe em curso" no Afeganistão.
"Eles (Estados Unidos) gastaram milhões de dólares e qual foi o resultado? Nenhum", disse Putin.
As autoridades russas adotaram nas últimas semanas uma atitude conciliatória com os talibãs, constatando a vitória dos insurgentes e apelando ao "diálogo nacional" no sentido da formação de um governo representativo.
Mesmo assim, Moscovo continua a considerar os talibãs "grupo terrorista", apesar de manter os canais de diálogo com o Emirado Islâmico no poder desde 15 de agosto no Afeganistão.
As autoridades russas têm também demonstrado inquietação sobre a segurança das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central e que fazem fronteira com o Afeganistão, receando o surgimento de novos grupos 'jihadistas' inspirados e apoiados pelo talibãs.
O Kremlin pretende igualmente evitar um fluxo regional de refugiados e o aumento do tráfico de ópio e de heroína.
Atualmente, o Afeganistão é o principal produtor de ópio.
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