John Henry Ramirez não quer morrer sozinho. O recluso do Texas, um devoto cristão protestante com execução marcada para a noite desta quarta-feira, pediu como último desejo que o pastor da sua igreja coloque a mão sobre ele quando estiver a morrer.
"É parte da minha fé, o toque tem muito poder", disse John, durante uma entrevista, na semana passada, ao Marshall Project, um site noticioso sem fins lucrativos.
Apesar de ser o último pedido do recluso, o departamento de justiça criminal do Texas negou que tal aconteça, justificando que o toque é contra as regras e que isso poderia criar um risco de segurança.
Já o homicida, condenado a pena capital por esfaquear até à morte o funcionário de uma loja de conveniência, durante um assalto em 2004, recorda que esta recusa viola o direito à liberdade religiosa.
Apesar de a execução ser já amanhã, o caso permanece em tribunal, sem uma decisão final.
John não é caso único. São dezenas os exemplos de homens e mulheres que enfrentam a pena de morte que veem os seus direitos religiosos serem violados. E não é só neste assunto que há desrespeito pelos direitos constitucionais dos reclusos.
De acordo com o Centro de Informações sobre a Pena de Morte, a maioria dos aspetos das execuções, das últimas refeições até às últimas palavras e escolhas de testemunhas, são baseados em tradições históricas e decisões burocráticas, não em direitos legais.
"Há certas coisas que os estados são constitucionalmente obrigados a fazer. Não podem executar alguém de uma forma cruel e incomum Mas tudo o resto cabe aos estados decidir", revelou Robert Dunham, diretor executivo do centro.
Até ao final deste ano estão agendadas mais nove execuções nos EUA.
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