Uma 'task-force' do Governo federal lançou hoje um novo programa que, segundo as autoridades, aumentará os esforços para encontrar os pais, muitos dos quais estão em comunidades remotas da América Central, de crianças que estão nos EUA, para ajudar esses adultos a entrarem em território norte-americano, onde obterão autorização para pelo menos três anos de residência legal.
"Reconhecemos que não podemos reunificar totalmente essas famílias. Mas queremos fazer o que pudermos para lhes dar uma vida melhor", disse Michelle Brané, diretora-executiva da 'task-force' de reunificação de famílias.
O novo programa - que inclui um contrato com a Organização Internacional para a Migração, para ajudar na tarefa frequentemente complexa de fazer com que os migrantes expulsos regressem aos Estados Unidos - é um reflexo de como tem sido difícil para o Governo de Joe Biden lidar com este capítulo da história da imigração dos EUA.
A 'task-force' já reuniu cerca de 50 famílias, desde o início de seu mandato, no final de fevereiro, mas há muitos pais - talvez entre 1.000 e 2.000 - que foram separados dos seus filhos e não foram localizados.
O Governo de Donald Trump separou milhares de pais migrantes dos seus filhos, em 2017 e 2018, enquanto se movia para processar criminalmente pessoas por cruzarem ilegalmente a fronteira com o México.
Os menores, que não podiam ser detidos sob custódia criminal com seus pais, foram transferidos para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, para, em seguida, serem enviados para morar com um outro familiar ou alguém com ligações à família.
Perante a indignação generalizada, Trump emitiu uma ordem executiva interrompendo a prática de separações familiares, em junho de 2018, dias antes de um juiz federal fazer o mesmo e exigir que as famílias separadas se reunissem em resposta a um processo movido pela organização American Civil Liberties Union (ACLU).
Mais de 5.500 crianças foram separadas das suas famílias, de acordo com a ACLU.
O novo programa inclui um portal que permitirá que os pais entrem em contacto com o Governo dos EUA para iniciar o processo de reunificação.
Acredita-se que a maioria dos pais esteja na Guatemala, Honduras, México e Brasil, muitos deles sem passaportes ou meios para viajar até aos EUA.
Lee Gelernt, vice-diretor do projeto de direitos dos imigrantes da ACLU, saudou os esforços do Governo de Joe Biden como "um primeiro passo importante", embora acredite que os migrantes devam obter mais de três anos de residência.
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