Durante o raro encontro face a face entre os dois homens, que ocorreu na segunda-feira, Putin considerou que os "terroristas sofreram perdas consideráveis" na Síria, onde as forças governamentais controlam, segundo ele, "90% do território".
Segundo um comunicado do Kremlin divulgado hoje, Putin considera que o "principal problema" da Síria é a interferência estrangeira no seu território.
"Sem decisão da ONU, sem o seu acordo, forças armadas estrangeiras estão presentes em algumas zonas do país, o que é manifestamente contrário ao direito internacional", disse Putin.
O Presidente russo não precisou quais eram as forças estrangeiras em causa, mas a Turquia e os seus aliados sírios controlam zonas no norte da Síria e a coligação militar conduzida pelos Estados Unidos está baseada no nordeste em apoio às forças curdas.
A Rússia, por seu turno, está destacada militarmente na Síria desde 2015 em apoio às forças de Bashar al-Assad, considerando o seu envolvimento justificado devido ao pedido das autoridades "legítimas" em Damasco.
A entrada militar da Rússia no conflito é considerada como o ponto de inflexão que permitiu a continuação do regime.
Conselheiros e grupos ligados ao Irão, como o movimento xiita libanês Hezbollah, estão igualmente na Síria, combatendo ao lado das forças do regime.
O Presidente sírio saudou os "resultados significativos obtidos pela Rússia e pela Síria na libertação dos territórios ocupados pelos combatentes e na destruição do terrorismo", segundo a transcrição em russo das suas declarações divulgada pelo Kremlin.
Assad reconheceu que os "processos políticos" empreendidos para acabar com a guerra na Síria "estagnaram", atribuindo a paralisia das várias negociações à "influência destrutiva" de "certos Estados".
De acordo com um comunicado da presidência síria, no encontro entre Putin e Assad foram abordadas a cooperação económica, a luta contra o terrorismo e "a conclusão da libertação das terras ainda" sob controlo dos rebeldes e 'jihadistas'.
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria causou cerca de meia milhão de mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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