Bielorrússia: Chefe da oposição vista Paris e apela à França "para agir"
A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia, apelou hoje à França para que use a sua influência para a resolução da crise política no seu país, e dispôs-se a um encontro com o Presidente Macron "em qualquer momento".
© Reuters
Mundo Svetlana Tikhanovskaia
"Os bielorrussos necessitam de uma nova energia para seguir em frente", disse, à chegada a Paris, onde estará até sábado, numa referência à controversa reeleição do Presidente bielorrusso, Alexandre Lukashenko, em agosto de 2020, e à posterior repressão dos opositores, jornalistas e militantes dos direitos humanos na Bielorrússia.
"Apelo à França e ao Presidente [Emmanuel] Macron para agirem de forma decisiva na busca de uma solução para a crise bielorrussa", acrescentou a opositora, atualmente exilada na Lituânia, durante uma conferência de imprensa onde sublinhou o "peso" de Paris na cena internacional.
Tikhanovskaia precisou que um encontro com Emmanuel Macron não está incluído na sua agenda, mas adiantou que vai manter diversos contactos até sábado com responsáveis políticos, deputados e representantes da sociedade civil.
"Teria muito prazer em que nos encontrássemos, não importa em que dia nem em que momento", sublinhou.
Na tarde de hoje, Tikhanovskaia foi recebida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, que recordou "a solidariedade" de França para com o povo bielorrusso face a "uma repressão que se tem radicalizado no último ano".
Emmanuel Macron foi o primeiro líder ocidental de topo a reunir-se com a opositora, em setembro de 2020, em Vílnius, um mês após a reeleição do Presidente Lukashenko, contestada por dezenas de milhares de manifestantes durante semanas.
Na ocasião, o Presidente francês prometeu ajudar à mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na crise bielorrussa, uma iniciativa que permaneceu sem efeito devido à ausência de apoios, designadamente da Rússia.
Svetlana Tikhanovskaia foi depois recebida pela chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em julho, em Washington, e pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em agosto.
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