Candidato da CDU Armin Laschet quer ser um seguidor de Merkel

Atual ministro-presidente do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet é o candidato do União Democrata-Cristã à sucessão de Angela Merkel à frente da Alemanha e tem defendido querer continuar o caminho da chanceler.

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© Tobias Schwarz/Pool via REUTERS

Lusa
19/09/2021 09:05 ‧ 19/09/2021 por Lusa

Mundo

Alemanha

 

Quis unir o partido desde o primeiro dia, continuando o caminho de Angela Merkel e defendendo uma União Democrata-Cristã (CDU) ao centro, mas o eleitorado parece ainda tentar compreender onde quer ir afinal Armin Laschet.

"Só vamos ganhar, se continuarmos a ser fortes no centro da sociedade. Temos de conservar a confiança no centro", sublinhava Armin Laschet em janeiro, depois de vencer a liderança do partido conservador, contra Friedrich Merz, que prometia uma viragem da CDU à direita.

A frase, com algumas alterações, mas mantendo o sentido, tem vindo a ser repetida pelo também ministro-presidente daquele que é o estado federado mais populoso da Alemanha.

Foi nessa região, em Burtscheid, arredores de Aachen, junto à fronteira com a Bélgica, que Laschet nasceu, a 18 de fevereiro de 1961, filho de um mineiro. A sua origem deu-lhe uma visão destacadamente europeísta e um francês fluente.

Estudou direito e jornalismo, chegando a ser correspondente, chefe de redação e administrador de uma empresa de media católica.

Casado, católico devoto e com três filhos, já fez de tudo na política, sendo o caminho até à chancelaria visto como o passo natural.

Foi deputado do parlamento alemão, do Parlamento Europeu, ministro regional e federal, chegando à liderança do segundo maior governo regional do país. Participou nas negociações para a formação de uma "grande coligação" em 2013. Permaneceu ao lado de Merkel quando a chanceler enfrentou uma dura contestação em 2015, altura em que o país recebeu mais de um milhão de refugiados.

As suas políticas de integração, na altura em que era ministro regional, em 2005, chegaram mesmo a valer-lhe a alcunha de "Armin, o turco" dentro da CDU, destacando, em 2009, que a diversidade étnica "não é uma ameaça, mas sim um desafio e oportunidade".

Laschet conhece os cantos à casa, e, dentro da CDU, isso parece ter sido reconhecido. Depois de eleito líder em janeiro, lugar até então ocupado por Annegret Kramp-Karrenbauer, foi escolhido como candidato do partido às eleições legislativas, ultrapassando Markus Söder.

Se na votação interna para a liderança, a margem que lhe deu vitória foi curta, na corrida à candidatura às legislativas Laschet venceu com 77,5% dos votos. Venceu dentro. Fora, Söder, líder da CSU (partido irmão da CDU na Baviera), e ministro-presidente do maior estado federado da Alemanha, tinha e continua a ter a preferência do eleitorado.

Falhas na gestão da pandemia de covid-19 valeram-lhe várias críticas. Somaram-se umas imagens, durante as cheias que afetaram duramente a Alemanha, em que foi visto a rir-se durante um discurso do Presidente do país numa das cidades afetadas.

Apesar de muitas vezes serem realçadas as suas qualidades de conciliador, a sua imagem de líder "indeciso", que atua por vezes "sem refletir", passa-lhe fatura, apontou recentemente o diário Süddeutsche Zeitung.

Considerado o país mais poderoso da União Europeia, a Alemanha vai escolher, no dia 26 de setembro, o seu novo Governo e, consequentemente, o chanceler que irá suceder a Angela Merkel, há 16 anos no poder.

No início deste mês, uma sondagem mostrava o SPD de Olaf Scholz a conseguir o primeiro lugar, com cerca de 25% das intenções de voto, enquanto a CDU/CSU obtinha 21% no cenário mais otimista.

Uma outra sondagem divulgada pelo Instituto Forsa no dia 24 de agosto, a abstenção poderia chegar aos 26%,

A abstenção na Alemanha, que chegou, em 2017, aos 24,4%, deverá crescer para 26% (isto é, o dobro do resultado das intenções de voto atribuídos ao partido Verdes), de acordo com as últimas sondagens, assim como a votação por correspondência, que deverá quase duplicar em relação às últimas votações.

No escrutínio de 2017, o União Democrata-Cristã (CDU), partido de Angela Merkel, conquistou 24,9% dos votos.

Leia Também: Alemanha. Quantidade e agressividade de "fake news" aumentam na campanha

 

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