"Talvez estejamos a transitar a última fase desta pandemia", indicou, em conferência, o novo chefe do Gabinete de ministros, Juan Manzur, ao lado da ministra da Saúde, Carla Vizzotti, no primeiro anúncio de boas notícias desde que a derrota eleitoral em 12 de setembro levou o Governo a reformular a sua equipa de ministros.
A partir de 1º de novembro os turistas estrangeiros poderão entrar na Argentina, depois do último encerramento das fronteiras em 25 de dezembro do ano passado.
Como requisitos, o estrangeiro deverá apresentar o esquema completo de vacinação sem importar com qual vacina estiver vacinado. Também deverá apresentar um teste RT-PCR realizados durante as 72 horas prévias à viagem e um teste antígeno no ponto de entrada ao país. Entre o 5º e o 7º dia depois do ingresso à Argentina, o estrangeiro deverá apresentar um novo teste PCR.
Quem não tiver o esquema completo de vacinação, incluindo os menores de idade, ficará isolado numa quarentena obrigatória, além de precisar cumprir com todos os requisitos mencionados.
O teste de antígeno ao entrar no país e o teste RT-PCR entre o 5º e o 7º dia não será mais obrigatório quando a Argentina atingir 50% da população vacinada. Atualmente, o país tem 44,8% da população com as duas doses.
"Dessa maneira, minimiza-se o impacto do aumento de hospitalizações e de mortes. Faltam 2,5 milhões de doses para chegarmos à metade da população com duas doses", disse a ministra Carla Vizzotti.
Antes do dia 1º de novembro, os estrangeiros que quiserem entrar no país deverão cumprir com outros mais requisitos que serão eliminados, gradualmente, até a abertura em novembro. As medidas nacionais entram em vigor a 01 de outubro.
Atualmente, as fronteiras terrestres da Argentina estão fechadas até mesmo para os argentinos desde dezembro passado. Apenas dois mil argentinos podem entrar na Argentina por dia e unicamente pelo aeroporto de Buenos Aires.
Mesmo com menos da metade da população completamente vacinada e quando a variante Delta ainda representa risco, o uso de máscaras deixará de ser obrigatório nos espaços abertos sempre que a pessoa circule de forma individual ou com outras pessoas com as quais convive.
A presença de clientes, trabalhadores e fieis em bares, restaurantes, lojas, igrejas e empresas volta a ser completa, desde que mantidas medidas de prevenção como ventilação, máscaras, distância social.
As discotecas voltam com 50% da capacidade de clientes que deverão apresentar o esquema completo de vacinação.
"Essa é a atividade de maior risco, considerando a variante Delta", admitiu a ministra da Saúde, Carla Vizzotti.
A vacinação completa e um diagnóstico médico contra covid-19 (PCR ou antígeno) também será requisito para a reabertura de salões de festa e eventos maciços com 50% da capacidade máxima.
Mais do que sanitárias, as decisões de abertura estão associadas à dura derrota eleitoral dos candidatos governistas nas eleições primárias de 12 de setembro. Através da divulgação de boas notícias de abertura e económicas, o Governo pretende gerar expectativas que permitam atenuar a derrota ou mesmo reverter o resultado nas urnas até as eleições legislativas em 14 de novembro.
"Os mesmos que mantiveram a quarentena mais prolongada do mundo, com todas as fronteiras fechadas e com milhares de falências, agora, em dez minutos, anunciam o fim de tudo. Erraram no 'timing'. Agora, nem que organizem um Carnaval, vão conseguir reverter o resultado e estaremos numa situação económica mais complicada depois", apontou o economista Carlos Melconian, uma referência na Argentina.
Com 45 milhões de habitantes, a Argentina teve até agora 5,241 milhões de contagiados dos quais 114.518 faleceram.
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