Boicote impulsionado por Israel assinala reunião sobre racismo na ONU

Um boicote impulsionado por Israel e seguido por 30 países assinalou hoje a comemoração na ONU do 20º aniversário da Conferência de Durban contra o Racismo, um encontro muito crítico face ao sionismo e considerado "antissemita" por setores judaicos.

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Lusa
22/09/2021 17:44 ‧ 22/09/2021 por Lusa

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Durante as últimas semanas, o Governo israelita desencadeou uma ampla campanha à escala mundial pelo boicote desta reunião, que se celebra hoje em Nova Iorque a par da Assembleia geral das Nações Unidas.

De acordo com Israel, cerca de 30 países recusaram participar no evento, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, vários membros da União Europeia (como a França, Alemanha e Itália), e diversos países latino-americanos, com referência às Honduras, Uruguai e República Dominicana.

Através das redes sociais o ministério dos Negócios Estrangeiros israelita agradeceu a todos estes países a sua posição e argumentou que a Conferência Mundial contra o Racismo, celebrada em 2001 na cidade sul-africana de Durban, foi "a pior manifestação internacional de antissemitismo desde a Segunda Guerra Mundial".

Em 2001, Israel e os Estados Unidos abandonaram a reunião, entre outros motivos pela discussão de uma resolução que equiparava o sionismo ao racismo, e por discursos que consideraram ataques inaceitáveis ao Estado de Israel.

Há uma década, quando a ONU comemorou o 10º aniversário de Durban, vários países juntaram-se ao boicote a esta iniciativa, que agora se ampliou.

Hoje, no seu discurso durante o evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que "quem usar este processo ou qualquer outra plataforma para lançar ofensas antissemitas, posturas anti-muçulmanas, discursos de ódio e afirmação sem sustentação, está simplesmente a denegrir a luta essencial contra o racismo".

Guterres assinalou ainda que se assiste a um preocupante "aumento do antissemitismo" no mundo, mas também a importantes formas de discriminação contra muçulmanos, minorias cristãs e outros grupos.

Em simultâneo, congratulou-se com o surgimento e a força do atual "movimento pela justiça social e a igualdade", e defendeu a necessidade de impulsionar grandes iniciativas internacionais, incluindo a luta contra o racismo, e medidas concretas em cada sociedade.

A iniciativa de hoje foi celebrada sob o lema "Compensações, justiça racial e igualdade para as pessoas afrodescendentes" e incluiu a adoção de uma declaração sobre o tema e discursos de diversos altos responsáveis das Nações Unidas, incluindo a Alta representante para os direitos humanos, Michelle Bachelet, ou o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.

Leia Também: Um "show" dos talibãs na ONU "não traria nada", diz MNE alemão

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