"Queremos enviar uma mensagem clara de que não estamos prontos a aceitar a entrada do grupo Wagner no teatro maliano", afirmou o Ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, o anfitrião da reunião da Iniciativa Europeia de Intervenção, que inclui a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Itália e a Espanha.
"Este é um desenvolvimento que definitivamente não estamos preparados para ver. Serão também tomadas iniciativas por vários países para expressar isto ao governo do Mali", acrescentou.
O grupo Wagner, com o qual Moscovo nega qualquer ligação, fornece serviços de manutenção e treino e formação em equipamento militar, mas é também acusado de enviar mercenários e suspeito de ser propriedade de um homem de negócios próximo do Kremlin, Yevgeny Prigozhin.
Vários países e a ONU já expressaram preocupação, após relatórios que davam conta de conversações entre Bamako e o controverso grupo russo, que já está presente noutras partes de África, para o envio de 1.000 mercenários para o Mali.
Referindo-se aos esforços militares feitos pela França e por vários países europeus para combater o jihadismo no Mali, a Ministra francesa da Defesa, Florence Parly, salientou que estes não devem ser "postos em risco".
Quanto à questão colocada pelos jornalistas sobre se a chegada de Wagner implicaria uma retirada das forças francesas e de outras tropas europeias presentes no país, a ministra francesa respondeu: "A prioridade absoluta é evitar a situação que acabou de descrever".
"Foi isto que discutimos em profundidade, o que podíamos fazer para evitar isso", continuou.
O governo transitório do Mali, liderado pelos militares, e com dois golpes de Estado em menos de um ano, o último em maio, disse no domingo que lhe competia "decidir que parceiros pode ou não solicitar", relativamente à hipótese de uma chegada do Wagner.
A Estónia, também presente hoje na reunião, avisou esta semana que tal acordo significaria a partida das suas tropas.
A iniciativa de intervenção europeia inclui também a Bélgica, Dinamarca, Portugal, Países Baixos, Noruega e Finlândia. O objetivo é desenvolver uma capacidade de intervenção militar europeia.
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