"Arrisquei a minha vida e minha liberdade ao entrar" (na Geórgia) declara Saakachvili numa mensagem gravada em vídeo e difundida hoje através da plataforma digital Facebook.
O ex-chefe de Estado afirma que se encontra na cidade costeira de Batoumi, na Georgia, frente ao Mar Negro.
Saakachvili foi presidente da Geórgia entre 2004 e 2013 tendo anunciado o regresso ao país (ex-república soviética) coincidindo com as eleições locais que se vão realizar no sábado e que são consideradas como um teste ao partido no poder.
"Eu apelo a toda a gente para votar no Movimento da União Nacional (MNU)", o principal partido da oposição, diz ainda o ex-chefe de Estado referindo-se ao partido político que ele próprio fundou.
Na imagem vídeo, Saakachvilli mostra-se sorridente, com um chapéu e as luzes de uma cidade ao fundo.
Por outro lado, o ministro do Interior da Geórgia disse hoje à cadeira de televisão Formula TV que "Saakachvili não cruzou a fronteira".
O ex-presidente, no exílio desde 2013, publicou e difundiu na passada segunda-feira através das redes sociais uma fotografia de um bilhete de avião com destino a Tbilissi e marcada para sábado, dia em que se realizam as eleições autárquicas no país.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro Irakli Garibachvili afirmou que se o ex-chefe de Estado "puser um pé em solo georgiano será imediatamente detido e preso".
Saakachvili, 53 anos, que reside na Ucrânia, é acusado pela justiça da Geórgia "de abuso de poder" num caso que o ex-chefe de Estado considera "político".
A Geórgia encontra-se mergulhada numa crise política desde o ano passado depois dos partidos da oposição terem denunciado "fraudes e irregularidades" nas eleições legislativas.
Em maio, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, negociou um acordo para resolver a crise política mas no passado mês de julho o partido no poder abandonou as negociações com críticas contra a União Europeia e os Estados Unidos.
Para os apoiantes de Mikhail Saakachvili o ex-presidente é o "herói" da revolução de 2003 que afastou as forças que dominavam o país após a queda da União Soviética.
Por outro lado, é apontado como o político que provocou a guerra contra a Rússia em 2008 e é acusado pelos críticos como "autoritário".
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