Países prometem mais descarbonização em cimeira preparatória de Glasgow
A reunião preparatória para a cimeira do clima de novembro em Glasgow (Reino Unido), que decorreu em Milão, terminou com compromissos de mais contribuição para a descarbonização e impedir que o aquecimento global suba além dos 1,5 graus.
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Mundo Alterações Climáticas
No final da reunião de hoje de preparação para a cimeira de Glasgow, a chamada COP26, foi também revelado, em conferência de imprensa, que o Egito irá acolher a COP27.
Entre os 50 ministros do Ambiente presentes na reunião de Milão, Itália, chegou-se "a um consenso de que é preciso fazer mais para manter o aquecimento abaixo dos 1,5 graus", foi dito na conferência de imprensa.
Todos os países disseram que querem que a COP26 seja "um sucesso e todos reiteraram o seu desejo de descarbonizar: os países industrializados até 2030, os restantes até 2040, e inclusivamente a China disse que quer alcançar a neutralidade climática em 2060, e o Brasil em 2050", disse o presidente da COP26 de Glasgow, Alok Sharma, na conferência de imprensa.
O responsável salientou que ainda há "muito trabalho" a fazer antes da conferência de Glasgow, que deverá ser um "momento chave" para estabelecer ambições para a próxima década.
E acrescentou: "A ciência diz-nos que se pode conseguir uma redução de 45% das emissões até 2030, mas mesmo se só se tiver em conta os 70 países que se apresentaram, pode chegar-se até pelo menos 26%. Muitos países já estão a reduzir a curva de emissões".
Roberto Cingolani, o ministro italiano para a Transição Ecológica, que participou na conferência de imprensa, garantiu que na reunião de preparação para a COP-26 "houve uma declaração muito clara de que será impossível investir em atividades relacionadas com os combustíveis fósseis" e que se tentará desencorajar qualquer investimento na investigação e extração de combustíveis fósseis.
"Contudo, é impossível chegar imediatamente ao investimento zero, porque a transição implica que durante um período de tempo haverá coexistência entre renováveis e fósseis. Mas o caminho é claro", disse.
Intervindo na cimeira de hoje, o enviado dos Estados Unidos para as alterações climáticas, John Kerry, explicou que ficar abaixo de um aumento de temperatura 02 graus não significa ficar em 1,9 ou 1,7 graus, e enfatizou que terá de ser pelo menos em 1,5 graus. É "um objetivo que podemos alcançar porque é o que a ciência nos pede".
John Kerry disse estar confiante nos resultados de Glasgow. "Faremos enormes progressos, os objetivos do Acordo de Paris devem ser absolutamente alancados e cada país deve fazer todos os possíveis".
O responsável disse também que está confiante num acordo climático com a China.
Sobre a posição da China, o país que produz mais emissões de gases com efeito de estufa, tanto Roberto Cingolani como Alok Sharma asseguraram que oGgoverno chinês "está consciente da gravidade da crise climática e quer que na COP26 se aumentem os compromissos globais de descarbonização".
Para o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmerman, as alterações climáticas representam "a maior ameaça à humanidade" e, portanto, é necessário "mudar radicalmente e rapidamente".
E acrescentou: precisamos de mitigar o aumento das temperaturas e todos os países devem apresentar o seu próprio plano para reduzir as emissões de dióxido de carbono no COP-26 em Glasgow.
Na reunião de hoje também foi confirmada a manutenção do compromisso de apoio de 100 mil milhões de dólares aos países mais pobres.
O Acordo de Paris de 2015, assinado pela quase totalidade dos países do mundo, visa limitar o aquecimento global abaixo dos 02 graus celsius (2°C) e se possível a 1,5°C. No entanto vários países estão relutantes em reconhecer o objetivo dos 1,5°C, como a Arábia Saudita ou a Rússia, ambos presentes na reunião de Milão.
Segundo a última estimativa da ONU, os atuais compromissos mundiais conduzem o mundo a um aquecimento "catastrófico" de 2,7°C.
Até agora a temperatura já subiu cerca de 1,1°C em relação à época pré-industrial e o mundo está a ser atingido por catástrofes cada vez mais intensas e frequentes, como cheias e ondas de calor e incêndios devastadores.
A COP26 esteve agendada para o ano passado mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
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