"Já começamos a ter resultados positivos destas ações que foram implementadas desde o ano passado", afirmou o ministro do Turismo e Transportes cabo-verdiano, Carlos Santos, no âmbito do encerramento do projeto de resposta à crise da covid-19 e recuperação do setor do turismo em Cabo Verde.
Enquadrado no programa Apoio à competitividade na África Ocidental -- Cabo Verde, o projeto formou guias de turismo, taxistas e 'hiacistas' (condutores de mini-van de passageiros), agentes de viagens, polícias de fronteira e staff de aeroportos e guardas municipais e gestores de unidades hoteleiras.
O objetivo era preparar esses técnicos a nível nacional com as ferramentas necessárias para enfrentarem a nova era do turismo com competências específicas.
Segundo o ministro, já se notam resultados positivos dessas ações no país, designadamente com a abertura de corredores aéreos da Alemanha, da Bélgica, da Holanda e de Portugal, que no verão teve os seus turistas no arquipélago.
"Então, são resultados que começam a espelhar que estivemos no caminho certo, estivemos a fazer o nosso trabalho de casa", reforçou o governante, insistindo que sendo Cabo Verde um destino pequeno e pequeno, deve apostar na diferenciação do seu produto.
"E um dos pilares essenciais para essa diferenciação é a qualidade. Temos que apostar na qualidade, na forma como nós recebemos os nossos visitantes, designadamente temos que preparar os nossos profissionais para saberem falar línguas, na relação interpessoal", mostrou.
O projeto foi financiado pela União Europeia no valor de 4,9 milhões de euros, no quadro do 11.º Fundo Europeu para o Desenvolvimento (FED) e foi executado desde o ano passado pelo PNUD em parceria com o Governo de Cabo Verde.
Teve como objetivo mitigar o impacto socioeconómico da pandemia de covid-19 nos grupos economicamente mais vulneráveis do arquipélago, como os trabalhadores informais e do Regime Especial das Micro e Pequenas Empresas (REMPE).
E também apoiar a recuperação do turismo por via da capacitação de atores-chaves do setor e o aumento da competitividade das médias, pequenas e microempresas por meio da certificação de qualidade e da integração da cadeia de abastecimento.
Numa primeira fase, o projeto abrangeu 24.559 trabalhadores do setor informal, com destaque para as mulheres chefes de famílias (20.230 do cadastro social único), e trabalhadores afiliados no REMPE (4,329) em risco de pobreza e marginalização social, que receberam 10 mil escudos (90 euros) para minimizar os impactos das restrições impostas pela pandemia no país.
Seguiu-se depois a formação e capacitação dos atores-chave e intervenientes diretos e indiretos do setor do turismo para melhorar os serviços e a certificação da qualidade e da integração da cadeia de abastecimento.
Cabo Verde fechou 2020 com uma recessão histórica de 14,8%, fundamentalmente devido à ausência de turismo desde março do ano passado, num setor que representa 25% do PIB do arquipélago.
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