"Três lojas de estrangeiros foram vandalizadas com bombas de gasolina na noite passada na área de Kwazakhele. Ainda há uma forte presença da polícia em toda a área. Ninguém ficou ferido no incidente", disse hoje a porta-voz da polícia sul-africana Priscilla Naidu.
De acordo com a porta-voz policial, a violência xenófoba eclodiu na quarta-feira após um acidente automóvel entre uma carrinha táxi e um condutor de um veículo ligeiro.
"Registou-se um acidente automóvel entre um Audi e um táxi e o taxista agrediu o motorista do Audi", explicou Naidu.
"Os comerciantes locais socorreram o motorista do Audi, que depois foi alvo de uma espera por um grupo de taxistas, que o agrediram e incendiaram o veículo. Seguiu-se uma retaliação entre os comerciantes e os taxistas", adiantou a porta-voz da polícia sul-africana.
A situação "permanece tensa" e a polícia vai investigar o caso por violência pública.
Uma testemunha no local disse, em declarações ao jornal local Herald, que o condutor do veículo ligeiro era um cidadão somali.
"As pessoas começaram a incendiar as lojas somalis na Durban Road e, por sua vez, começaram a incendiar os táxis", adiantou a testemunha ao jornal sul-africano.
A África do Sul vive uma calma frágil, com elevada criminalidade e bolsas de violência alimentadas por gangues, corrupção pública endémica, tensões raciais e xenofobia contra estrangeiros.
A violência que atingiu o país em julho durante mais de uma semana de tumultos e pilhagens causou pelo menos 330 mortos e originou mais de 3.400 detenções, segundo a Presidência sul-africana.
Em março deste ano, várias lojas de comerciantes estrangeiros foram pilhadas e vandalizadas com explosivos, na cidade de Durban, litoral da África do Sul, por membros do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder.
Em setembro de 2019, pelo menos 12 pessoas morreram, vítimas de ataques xenófobos na África do Sul, que forçou cerca de 1.500 estrangeiros africanos a abandonarem o país.
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