"Os libaneses não precisam de mais confrontos, mais sofrimento e mais mortes. Lamentamos que tenha havido mortos e feridos no protesto de hoje e pedimos calma e moderação", disse o porta-voz do executivo comunitário, Peter Stano.
Os partidos xiitas Amal e Hezbollah relataram que vários de seus apoiantes foram mortos ou gravemente feridos num ataque realizado por francoatiradores durante os protestos.
Os manifestantes dirigiam-se ao Palácio da Justiça para protestar contra o juiz Tarek Bitar, a quem acusam de "politizar" a investigação da explosão no porto de Beirute, em 2020, depois de o magistrado ter convocado, esta semana, dois ex-ministros do movimento Amal para depor.
O porta-voz de Bruxelas sublinhou que "os líderes políticos" do Líbano "têm responsabilidade pelo que está a acontecer" e pediu-lhes garantias de que a investigação sobre a explosão irá continuar "de forma transparente, imparcial e independente".
"Os libaneses aguardam respostas legítimas para as suas perguntas legítimas", lembrou Stano, avisando que "se necessário, será reaberto o debate sobre a necessidade de impor sanções" aos responsáveis libaneses por esta situação.
A manifestação ocorreu no mesmo local onde os familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute se reúnem regularmente para exigir que a investigação seja concluída.
A investigação em causa, que já dura há 14 meses, foi iniciada para determinar os responsáveis pela explosão que aconteceu a 04 de agosto de 2020 no porto de Beirute e que provocou 214 mortos, mais de 6.500 feridos e a destruição de vários bairros da cidade.
A explosão foi provocada pelo armazenamento sem segurança e durante vários anos de uma enorme quantidade de nitrato de amónio, situação que vários antigos responsáveis políticos já reconheceram que conheciam antes da tragédia.
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