Irlanda admite desacelerar desconfinamento face ao aumento de casos

O primeiro-ministro da Irlanda reconheceu hoje que o levantamento das restrições ainda em vigor no país no âmbito da pandemia, previsto para a próxima semana, pode estar comprometido face ao aumento do número de casos nos últimos dias.

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Lusa
14/10/2021 18:48 ‧ 14/10/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Micheál Martin, líder da coligação governamental que integra centristas, democratas-cristãos e verdes, sublinhou que a evolução da pandemia de covid-19 na Irlanda sofreu um "retrocesso" e exortou os cidadãos a "regressarem às medidas preventivas básicas", reforçando o "distanciamento social" e "o uso de máscaras".

O chefe de Governo apelou ainda às pessoas que ainda não foram vacinadas contra a doença covid-19, que devem representar cerca de 10% da população adulta irlandesa, para que o façam, uma vez que tal decisão "tem um grande impacto" no desenvolvimento da crise sanitária.

Segundo o plano de desconfinamento da Irlanda, apresentado em agosto passado, quase todas as medidas restritivas estão previstas ser levantadas na próxima semana.

O vice-primeiro-ministro irlandês, o conservador Leo Varadkar, destacou, por sua vez, que o número diário de infetados na Irlanda, país com pouco mais de cinco milhões de habitantes, já ultrapassa os 1.500 casos, dos quais mais de 400 estão hospitalizados, incluindo cerca de 80 doentes que se encontram em unidades de cuidados intensivos.

"Se todos tivessem vacinados, existiriam cerca de 25 doentes em cuidados intensivos e 200 nos hospitais, e não existiriam dúvidas sobre o relaxamento das restrições agendado para 22 de outubro", afirmou Leo Varadkar, que é médico de formação.

Apesar dos números atuais de contágios, a equipa de emergências de saúde pública (NPHET, na sigla em inglês), que aconselha o Governo irlandês, disse hoje não acreditar que "a pandemia saia rapidamente de controlo".

No entanto, o organismo preferiu ser cauteloso em relação ao levantamento quase total das restrições, afirmando precisar de mais tempo, bem como de mais dados, para emitir uma recomendação sobre o processo.

O responsável pelo NPHET, o epidemiologista Philip Nolan, admitiu que a Irlanda se encontra neste momento numa situação pior em comparação a outros países da Europa, o que é, segundo o perito, "um paradoxo" tendo em conta os níveis muito altos de vacinação verificados no território irlandês.

"Acreditamos que é uma questão de calendário. Na altura em que imunizamos a população, o nível da doença era relativamente elevado no país em comparação com o resto da Europa devido ao impacto do aparecimento da variante Delta [do coronavírus SARS-CoV-2], o que aumentou o número de infeções durante a vacinação", declarou Philip Nolan.

A covid-19 provocou pelo menos 4.870.405 mortes em todo o mundo, entre mais de 239 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

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