Um total de 63 congressistas enviaram uma carta a Biden para instá-lo a pressionar o mandatário Brasil, de forma a impedir supostos problemas como manipulação eleitoral, corrupção e desflorestação da floresta amazónica.
Na missiva, instaram Biden a enviar "uma mensagem clara" a Bolsonaro de que se continuar com ataques ao processo eleitoral no Brasil, os laços bilaterais ficarão "seriamente comprometidos".
Concretamente, pedem que se revejam as relações, para ajustá-las de forma a que incentivem um comportamento "menos prejudicial" por parte do chefe de Estado brasileiro.
Nesse sentido, os legisladores propõem rever a cooperação em matéria de antiterrorismo e de combate às drogas, assim como a oferta feita ao Brasil para se tornar um parceiro global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
A esse respeito, lembraram que em 2019 o Brasil foi designado como aliado militar estratégico dos EUA fora da NATO, o que, alertaram, tem sido usado por Bolsonaro em seu próprio benefício político.
Este tipo de designação é dada pelo Governo de Washington a vários dos seus países aliados, que colaboram com as forças norte-americanas, mas que não são membros da NATO.
A denominação abre portas para a entrega de artigos excedentes de Defesa e à organização de manobras conjuntas com os Estados Unidos.
"Oferecer ao Governo brasileiro a oportunidade de se tornar parceiro da NATO indicaria que os Estados Unidos não têm nenhum problema sério com as violações de direitos humanos, da democracia e ambientais que têm lugar no Brasil", alertaram os congressistas.
Por isso, pediram a Biden que, no mínimo, os EUA voltem a ter o mesmo grau de relacionamento que tinham com o Brasil antes da Presidência de Donald Trump (2017-2021), que teve Bolsonaro como um de seus principais aliados internacionais.
Essa medida suporia o cancelamento da designação do Brasil como aliado militar estratégico dos EUA fora da NATO, concedida a este país lusófono por Trump, e a retirada da oferta feita a Brasília pelo ex-presidente dos Estados Unidos para entrar na Aliança Atlântica.
Os legisladores indicaram no texto que o mandato de Bolsonaro, iniciado em janeiro de 2019, está marcado por políticas antidemocráticas.
"Bolsonaro pôs em marcha uma ampla gama de políticas que colocam em perigo grupos minoritários vulneráveis, que criaram altas taxas de desemprego, prejudicaram o meio ambiente, ameaçaram a democracia relativamente jovem do Brasil e levaram à morte desnecessária centenas de milhares de pessoas pela covid-19", enumeraram.
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