Irlanda trava desconfinamento devido a aumento de casos e internamentos

O Governo irlandês confirmou hoje que vai travar o desconfinamento no país, devido ao aumento do número de casos de covid-19, não eliminando a maioria das restrições na sexta-feira, como estava previsto no plano apresentado em agosto.

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Lusa
19/10/2021 16:04 ‧ 19/10/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Não estamos onde esperávamos ou prevíamos estar para reabrir a 22 de outubro", disse hoje o vice-primeiro-ministro, Leo Varadkar, acrescentando que apesar de se terem feito grandes progressos durante o ano que passou, ainda não se pode declarar o fim da pandemia, porque não se superou "a vaga da variante Delta".

Após avaliar os conselhos da Equipa de Emergências de Saúde Pública Nacional (NPHET, na sigla em inglês)), o chefe do executivo de Dublin, Micheál Martin, afirmou que a normalidade não chegará até, pelo menos à próxima primavera.

"A mensagem é clara e pode resumir-se em dois pontos: em espaços interiores, é preciso usar máscara; e para organizar eventos em espaços interiores, continuará a ser necessário pedir certificados de vacinação e aplicar as normas", sublinhou Martin.

Considerou também "fundamental" que aqueles que ainda não se vacinaram ou não receberam a vacinação completa, que se estima serem cerca de 10% da população adulta do país, o façam.

Mediante o cumprimento das condições enumeradas, as discotecas poderão reabrir, a partir desta sexta-feira, sem limite de horário, e serão eliminadas as limitações de capacidade para casamentos e outras cerimónias religiosas, ao passo que bares e restaurantes aumentarão para dez o número de pessoas por mesa, mas o serviço ao balcão continuará a estar proibido.

Estas normas para o setor da hotelaria continuarão em vigor até, pelo menos, fevereiro próximo, anunciou o primeiro-ministro irlandês, indicando que os recintos desportivos ao ar livre também poderão agora encher-se até à sua capacidade máxima, desde que cumpram as medidas de segurança hoje aprovadas pelo Governo, entre as quais não figura a obrigação de pedir certificados covid, mas apenas o uso de máscara.

O executivo irlandês, uma coligação entre centristas, democratas-cristãos e ecologistas, acordou igualmente reforçar o uso dos testes de antigénio durante esta fase de redução das medidas de combate à pandemia, sobretudo entre pessoas que tenham estado em contacto próximo com pessoas diagnosticadas com covid-19.

A este plano de contingência somar-se-á, nos próximos dias, uma campanha de vacinação de reforço para as pessoas com mais de 60 anos, depois de ser aprovada pela Comissão Consultiva Nacional de Imunização (NIAC, na sigla em inglês).

Os dados mais recentes do Serviço Nacional de Saúde irlandês (HSE) indicaram na segunda-feira que foram registados 1.578 novos casos de covid-19 nas 24 horas anteriores, 484 dos quais estão hospitalizados, o que representa um aumento de 44% em duas semanas.

"Está na altura de todos carregarmos no botão de reiniciar. Se não está vacinado, corre um risco maior, o que provoca um impacto desproporcionado. Faça o que é correto. Para os restantes de nós, chegou o momento de voltar às medidas básicas", declarou o responsável do HSE, Paul Reid.

A covid-19 causou até agora pelo menos 4.902.638 mortes em todo o mundo, entre mais de 241,03 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, com base em dados oficiais.

Em Portugal, morreram, desde março de 2020, 18.106 pessoas e foram contabilizados 1.080.929 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Leia Também: AO MINUTO: Irlanda aplica travão; Vacinar abaixo dos 12 anos pode demorar

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