Países Baixos colocam eritreu na lista dos mais procurados pelo país

As autoridades holandesas colocaram hoje um eritreu na lista dos mais procurados pelos Países Baixos, e procuram processá-lo por alegado envolvimento no tráfico de seres humanos em larga escala, abuso de migrantes com destino à Europa e extorsão.

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© Twitter/PorteTonAme

Lusa
19/10/2021 16:09 ‧ 19/10/2021 por Lusa

Mundo

Países Baixos

O Ministério Público dos Países Baixos acusa Kidane Zekarias Habtemariam de liderar uma organização criminosa que opera junto de migrantes eritreus que tentam fazer a arriscada travessia do Mediterrâneo a partir da Líbia.

O aviso classifica o homem de 37 anos como "um dos mais destacados e cruéis traficantes de pessoas do mundo" e afirma ser o líder de um campo na Líbia que alberga milhares de migrantes.

"As suas vítimas são sujeitas a espancamentos severos, raptos, violações e/ou privação ilegal de liberdade", estabelece o aviso. "Muitas não sobrevivem à viagem para a Europa, mas mesmo que consigam chegar à Holanda, ele extorque-lhes dinheiro obrigando-os a pagar-lhe pelo próximo membro da respetiva família a caminho da Europa".

Kidane Zekarias Habtemariam é ainda suspeito de lavagem dos enormes lucros ilícitos da organização que lidera. O suspeito foi identificado numa grande investigação internacional conduzida pela Koninklijke Marechaussee (Gendarmeria Real), um corpo especial da polícia holandesa.

A localização de Habtemariam é desconhecida. O eritreu fugiu da Etiópia quanto estava a ser julgado no ano passado pelas autoridades locais por acusações de tráfico de seres humanos, avançaram ainda os procuradores holandeses. Habtemariam foi condenado à revelia e condenado a prisão perpétua.

Segundo a lei holandesa, Habtemariam pode ser processado nos Países Baixos porque o país abriga algumas das suas alegadas vítimas.

As autoridades holandesas estão a trabalhar com outros países, incluindo a Itália - onde chegam muitos barcos com migrantes provenientes da Líbia - para localizar Habtemariam "e conduzi-lo perante a justiça pelas atividades criminosas através das quais milhares de vítimas estão a ser traficadas e exploradas em condições degradantes", segundo a declaração dos procuradores.

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