Afeganistão: Ministro chinês viaja para o Qatar para reunião com talibãs

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, vai reunir-se com representantes dos talibãs, no Qatar, até terça-feira, informou hoje a televisão estatal CGTN, numa altura em que os fundamentalistas afegãos procuram reconhecimento internacional.

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Lusa
25/10/2021 11:17 ‧ 25/10/2021 por Lusa

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Talibãs

 

No final de setembro, os principais membros do governo interino dos talibãs reuniram-se com enviados especiais da Rússia, China e Paquistão, na primeira reunião deste tipo, desde que o grupo anunciou cargos executivos importantes, em 7 de setembro, após assumir o controlo de Cabul em meados de agosto.

Pequim mantém a sua embaixada no Afeganistão operacional, enquanto espera que os talibãs formem um governo "islâmico, mas aberto e inclusivo", segundo porta-vozes do Governo chinês, sugerindo que a China vai avaliar o comportamento dos fundamentalistas antes de reconhecer o seu governo.

Wang Yi garantiu anteriormente que trabalharia com os países da região "para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade", bem como para combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas.

No final de julho, o ministro chinês já tinha recebido uma delegação dos talibãs na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

Wang disse, na altura, que os talibãs são uma "força militar e política crucial" no Afeganistão, e expressou esperança de que desempenhem um "papel importante no processo de paz".

A China também anunciou a doação de 31 milhões de dólares em cereais e vacinas contra a covid-19 para o país.

Pequim aproveitou também a situação para atacar a política externa de Washington, embora também procure proteger os seus projetos de investimento na Ásia Central e prevenir a propagação do terrorismo na região.

A prioridade da China é evitar ser afetada pelas hostilidades no Afeganistão, país com o qual compartilha cerca de 60 quilómetros de fronteira, na região noroeste de Xinjiang, uma área habitada sobretudo por membros da etnia de origem muçulmana uigur onde ocorreram vários ataques nas últimas décadas.

Pequim quer também eliminar qualquer ameaça ao Corredor Económico China -Paquistão (CPEC), uma rota comercial que ligará a cidade de Kasghar, em Xinjiang, ao porto paquistanês de Gwadar.

Leia Também: Afeganistão: Quase 23 milhões vão sofrer insegurança alimentar no inveno

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