Sudão. Três embaixadores na Europa renunciaram aos cargos
Três embaixadores sudaneses na Europa anunciaram hoje a sua renúncia aos cargos, condenando o golpe militar de segunda-feira e afirmando que as embaixadas "são do povo sudanês", anunciou o Ministério da Informação no Facebook.
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Mundo Sudão
"Alinhamos plenamente com a heroica oposição seguida por todo o mundo e proclamamos as embaixadas sudanesas em França, Bélgica e Suíça como as embaixadas do povo sudanês e a sua revolução", escreveram os embaixadores Omar Bechir Maniss, Abderrahim Ahmed Khalil e Ali Ibn Abi Taleb Abderrahman al-Gendi.
O presidente do Conselho Soberano sudanês, o mais alto órgão de poder no processo de transição do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, dissolveu esta segunda-feira o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares prenderem o primeiro-ministro.
Al-Burhan declarou hoje, numa conferência de imprensa em Cartum, que o primeiro-ministro deposto está em sua casa, que "ninguém o raptou ou agrediu", e "quando a situação se acalmar e a paz prevalecer, ele voltará para casa".
Al-Burhan leu esta segunda-feira uma declaração na televisão estatal sudanesa, na qual anunciou a instauração de um estado de emergência em todo o país entre um conjunto de nove pontos, que incluíram a dissolução do Governo e do Conselho Soberano, assim como a suspensão de vários artigos do documento constitucional que lançou as bases para a transição após o derrube de Omar al-Bashir em abril de 2019.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou o golpe militar e apelou à "libertação imediata" do primeiro-ministro, referindo que "é preciso garantir o total respeito pela carta constitucional para que a transição política, duramente conquistada, seja protegida".
A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também condenou o golpe de Estado, tendo pedido aos militares para "respeitarem a ordem constitucional (...) e se retirarem das ruas".
A União Europeia manifestou-se igualmente "muito preocupada" com as notícias de um golpe de Estado no Sudão e apelou à "rápida libertação" dos dirigentes civis do Governo, assim como ao restabelecimento "urgente" das comunicações no país.
A União Africana (UA) apelou à "retoma imediata" do diálogo no Sudão, pela voz do presidente do órgão executivo da organização, Moussa Faki Mahamat, que disse ter tomado "conhecimento com profunda consternação dos graves desenvolvimentos" no país.
Estados Unidos da América, Alemanha e França, entre outros países, condenaram igualmente o golpe de Estado e apelaram à libertação dos dirigentes civis sudaneses.
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