A reunião ocorrerá numa altura em que os Estados Unidos tentam acalmar a tensão político-diplomática entre os dois países depois do polémico acordo com a Austrália e com o Reino Unido, que prejudicou um negócio da venda de submarinos franceses aos australianos.
O porta-voz não avançou pormenores sobre o encontro, que decorrerá antes do início da cimeira dos chefes de Estado e de Governo do grupo dos 20 países mais industrializados do mundo (G20), na capital italiana.
A reunião será a primeira presencial entre os dois chefes de Estado desde o início da crise diplomática provocada pela assinatura, a 15 de setembro, do pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos), que visa reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.
Uma primeira consequência foi o cancelamento, pela Austrália, de um contrato com a França para o fornecimento de submarinos convencionais e a intenção de desenvolver submarinos nucleares em coordenação com os seus novos aliados, o que originou protestos e críticas de Paris.
A França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.
Paris expressou então insatisfação com os três países signatários do pacto AUKUS depois de Macron ter decidido chamar os embaixadores franceses em Washington e Camberra para consultas.
A 22 de setembro, Biden telefonou a Macron para tentar esclarecer a questão, tendo, na altura, ambos concordado nos primeiros passos para reduzir a tensão e ficado definido que os dois chefes de Estado iriam reunir-se pessoalmente em outubro, tendo já falado uma segunda vez, também telefonicamente.
Para continuar, depois, as discussões, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, deslocar-se-á a Paris em novembro.
A França procura, em particular, obter o acordo dos norte-americanos para a criação de um verdadeiro sistema de defesa europeia, um projeto caro aos franceses, mas que ainda não se concretizou, 30 anos após o seu lançamento.
Também na sexta-feira, Biden será recebido no Vaticano pelo Papa Francisco, bem como pelo chefe do Governo italiano, Mario Draghi, acrescentou Sullivan, que não adiantou qualquer informação sobre eventuais encontros bilaterais que o Presidente dos Estados Unidos poderá manter à margem do G20.
O porta-voz também não avançou pormenores sobre a deslocação de Biden a Glasgow (Escócia), onde participará na Cimeira Internacional sobre o Clima (COP26), que decorrerá na 31 deste mês a 12 de novembro.
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