Em comunicado, o Governo destaca em particular as filmagens que efetuou há cerca de 30 anos do massacre de 12 de novembro de 1991 no cemitério de Santa Cruz em Díli, que "permitiram chamar a atenção para a situação que o país vivia, e colocar Timor-Leste no topo da agenda internacional".
"O seu profissionalismo e a sua extrema coragem deram um impulso fundamental à frente diplomática, catapultando Timor-Leste para as primeiras páginas dos meios de comunicação mundiais, depois de vários anos em que a situação timorense permanecia adormecida para a comunidade internacional", referiu o Governo.
Em nome do Governo, Fidelis Magalhães, ministro da Presidência do Conselho de Ministros manifestou "as mais sentidas condolências à família e amigos do estimado Max Stahl", considerando que "o povo Timorense estará para sempre grato pela sua contribuição para a autodeterminação nacional" e que "a sua coragem e o legado do seu trabalho perdurarão para sempre na memória de todos nós".
Max Stahl morreu hoje num hospital de Brisbane, na Austrália, vítima de uma doença prolongada.
A sua morte está a causar consternação em Timor-Leste, com imagens e textos a evocar o jornalista, condecorado pelo Estado timorense e a quem o Parlamento Nacional atribuiu a nacionalidade timorense em 2019.
Christopher Wenner, que começou a ser conhecido como Max Stahl, iniciou a sua ligação a Timor-Leste a 30 de agosto de 1991 quando, "disfarçado de turista", entrou no território para filmar um documentário para uma televisão independente inglesa.
Entrevistou vários líderes da resistência e, depois de sair por causa do visto, acabou por regressar, entrando por terra, acabando, a 12 de novembro desse ano por filmar o massacre de Santa Cruz.
Mensagens de condolências dominam as redes sociais em Timor-Leste, com fotos de vários períodos da vida do jornalista e documentalista a marcarem os perfis de cidadãos comuns, líderes nacionais e outros.
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