"Estamos na COP26 para que a nossa proposta seja ratificada, para que 80% da Amazónia permaneça viva", disse Diaz Mirabal numa conferência de imprensa em Glasgow.
O venezuelano é o líder da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica (Coica), que representa povos dos nove países e territórios (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa) que são cobertos pela maior floresta tropical do planeta.
"Somos a Amazónia pela vida, somos o grito do ar, a água, os criadores da floresta, estamos aqui para obter respostas e ações dos Estados", acrescentou o responsável, membro da tribo Wakuenai Kurripaco, citado pela agência francesa AFP.
"Temos de implementar uma economia que valorize todas as formas de vida, que apoie os povos indígenas e mantenha a floresta de pé", acrescentou.
A floresta tropical amazónica cobre 8,4 milhões de quilómetros quadrados e alberga 20% da água doce do mundo.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se, entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ªconferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre cinco anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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